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Conheça o sorvete que ajuda a aliviar os sintomas da quimioterapia

Criado por pesquisadoras brasileiras, o alimento é capaz de aliviar os efeitos colaterais do tratamento, como náuseas, vômito e feridas na boca

Por Da Redação
Atualizado em 16 out 2018, 17h48 - Publicado em 16 out 2018, 16h01

Uma equipe de nutricionistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolveu um sorvete especial capaz de aliviar os efeitos colaterais da quimioterapia — náuseas, vômito, feridas na boca, aftas, lesões na mucosa e sensação de boca seca. Além disso, atende as necessidades nutricionais dos pacientes que, por causa do tratamento, apresentam redução do apetite e perda de peso.

A equipe realizou extensa pesquisa sobre as necessidades dos pacientes com o intuito de criar um alimento economicamente viável e prático para o hospital e capaz de amenizar os efeitos colaterais mais comuns do tratamento quimioterápico. A ideia inicial era preparar geladinhos caseiros, mas uma fabricante de sorvetes de Florianópolis (SC) se interessou pelo produto e resolveu produzi-lo. O sorvete ainda atende os principais desejos alimentares dos pacientes: frutas, sucos e sorvetes.

“O principal objetivo da criação desse produto é proporcionar aos pacientes o consumo de um alimento saboroso e nutritivo, que contemple não apenas a questão nutricional, pois ele tem alta densidade energética e é fonte de fibras e de proteínas, mas que também seja saboroso — considerando que durante o tratamento o paladar encontra-se alterado e são inúmeras as queixas de falta de apetite —, que contribua com a redução dos efeitos colaterais da quimioterapia e proporcione um tratamento mais humanizado”, explica disse Paloma Mannes, especialista em Saúde com Ênfase em Alta Complexidade, à BBC.

Segundo o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), durante o tratamento contra o câncer, os pacientes podem seguir uma série de recomendações que ajudam a aliviar os sintomas da quimioterapia, como ingerir alimentos gelados ou em temperatura ambiente, além de beber sucos e chupar gelo ou picolé de frutas cítricas (quando não houver feridas na boca) nos intervalos das refeições.

Valor nutricional

    Os ingredientes utilizados na composição do sorvete são diferentes dos convencionais. Na receita, as pesquisadoras adicionaram açúcar orgânico (a polidextrose é uma fibra solúvel que ajuda a regular a digestão e a flora intestinal), proteína isolada de soro do leite (whey protein) e azeite de oliva sem sabor.

    Em entrevista à BBC, Francilene Gracieli Kunradi Vieira, orientadora do trabalho de conclusão de residência (TCR) de Paloma, a combinação de ingredientes resultou em um alimento altamente calórico (assim como os sorvetes tradicionais), que consegue ser fonte de proteína de alto valor biológico e fibra, além de ter baixo teor de gordura total, sem gordura trans, glúten ou lactose. O sorvete está disponível nos sabores morango, chocolate e limão, por serem mais populares.

    Apesar de ter sido criado em 2017, todo o processo de desenvolvimento e análise de aceitação sensorial levou um ano.

    Análise sensorial

    Para investigar a aceitação do produto, a equipe recrutou 138 participantes (30 pacientes em quimioterapia e 108 consumidores saudáveis). Cada provador recebeu uma amostra dos três sorvetes para os quais deveriam atribuir notas a partir de uma escala sensorial que variava de 1 a 7 pontos. Para aprovação era necessário que pelo menos 75% dos participantes dessem notas acima de 5 (valor que indicava aceitação). De acordo com Francilene, os resultados foram positivos, e os três sabores obtiveram uma média que variou de 77% a 98% de aprovação.

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    “Esse resultado está possivelmente associado ao fato de que o sorvete faz parte de um repertório alimentar reconhecido e apreciado pela população. Por isso, ele representa uma possibilidade terapêutica promissora, tanto na prevenção como na recuperação do estado nutricional de indivíduos doentes, e também para a população em geral que prefere uma versão saudável do produto”, explicou.

    Alimentação especial

    De acordo com a Icesp, o paciente deve informar o médico caso apresente efeitos colaterais ou alterações da condição habitual, além de procurar especialistas que possam avaliar, orientar e fazer o acompanhamento nutricional para ajustar a dieta de acordo com as necessidades. A instituição ainda disponibiliza receitas que ajudam a controlar os sintomas provocados pela quimioterapia, radioterapia e radioiodoterapia.

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