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Cientistas anunciam novo caso de ‘cura’ do HIV com transplante sem mutação

'Paciente de Genebra' é o sexto caso de remissão do vírus, mas recebeu células-tronco sem CCR5-delta32, alteração ligada a êxito em outros cinco episódios

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 jul 2023, 18h02 - Publicado em 20 jul 2023, 14h18

Um homem diagnosticado em 1990 com o HIV, causador da aids, foi anunciado como o sexto caso de “cura” do vírus nesta quinta-feira, 20, durante conferência da Sociedade Internacional de Aids sobre ciência do HIV, realizada em Brisbane, na Austrália. O diferencial do “Paciente de Genebra”, como é chamado, é que ele foi submetido a um transplante de células-tronco sem a rara mutação CCR5-delta32, associada aos outros cinco episódios de remissão (veja técnica abaixo).

O novo caso foi apresentado pelos cientistas Asier Sáez-Cirión, do Institut Pasteur, e Alexandra Calmy, dos hospitais da Universidade de Genebra, que informaram que o homem está em remissão do HIV há 20 meses sem fazer uso de antirretrovirais, tratamento que ele iniciou após o diagnóstico e que deixou sua carga viral indetectável a partir de 2005.

Segundo os pesquisadores, o “Paciente de Genebra” recebeu o diagnóstico de câncer, um sarcoma bifenotípico, e foi submetido a quimioterapia seguida de transplante de células-tronco em 2018. Em novembro de 2021, ele interrompeu a terapia antirretroviral e se mantém com a carga do vírus indetectável.

Embora animadores, os resultados são vistos com cautela, pois a ciência já conhece a habilidade que o vírus tem de se esconder e ficar adormecido em “reservatórios” no sistema nervoso central, nos linfonodos e nas mucosas dos tratos gastrintestinal e geniturinário.

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“Este caso é inspirador para as pessoas que vivem com HIV e se soma a um número crescente de relatos de casos de cura, que são importantes para ajudar a entender os fatores associados à eliminação de reservatórios persistentes de HIV”, disse, em comunicado, Sharon Lewin, presidente da IAS e diretora do Instituto Peter Doherty para Infecção e Imunidade da Universidade de Melbourne. “No entanto, continuo cautelosa, visto que aprendemos anteriormente com os dois pacientes de Boston que mesmo um único vírion (partícula viral infecciosa) pode levar ao rebote viral do HIV. Essa pessoa precisará ser monitorada de perto nos próximos meses e anos”, completa.

Os “Pacientes de Boston”, aos quais se refere, também foram submetidos a transplantes com células-tronco sem a mutação ou do “tipo selvagem”. Dessa forma, eram suscetíveis ao HIV. Os dois pacientes interromperam o tratamento antirretroviral, mas a remissão foi curta para ambos. Em um deles, o vírus ressurgiu quatro meses depois. No outro, após oito meses.

Veja como funciona a técnica usada em outros cinco pacientes “curados” do HIV

arte Aids
(./.)
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