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Cães podem identificar o novo coronavírus com alta precisão, diz estudo

Uma pesquisa em fase inicial mostrou que após treinamento, cachorros são capazes de farejar o vírus em máscaras e roupas com mais de 90% de acerto

Por Matheus Deccache Atualizado em 24 Maio 2021, 18h57 - Publicado em 24 Maio 2021, 18h06
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  • Um estudo realizado pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, em parceria com a a Universidade de Durham e o grupo Medical Detection Dogs indicou que os cães podem ser capazes de ajudar na luta contra a Covid-19. Divulgado no último domingo, 23, resultados preliminares mostram que cachorros podem  identificar a infecção pelo novo coronavírus pelo cheiro. 

    Para determinar se cachorros são capazes de sentir o cheiro da doença em amostras de roupas e máscaras, os pesquisadores treinaram ao longo de seis a oito semanas, seis cães das raças Labrador, Golden Retriever e Border Collie, com idade entre 4 e 6 anos. Os resultados mostraram uma taxa de sensibilidade de 82% a 94% na detecção da Covid-19. Já a taxa de especificidade, aquela que mede a capacidade dos animais de indicarem se alguém possui ou não a doença, variou entre 76% e 92%. 

    Apesar dos resultados gratificantes, vale ressaltar que trata-se de uma pesquisa fase 1, que ainda precisa ser revisado e publicado em uma revista científica. Além disso, os próprios pesquisadores alertam que o teste PCR ainda é a principal e mais confiável forma de diagnosticar a doença. Se os resultados deste estudo se confirmarem em análises posteriores, os cães podem atuar como uma maneira mais rápida e prática de detectar novos casos da doença. 

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    “Todo o estudo pode ser comprometido de maneira muito simples. Espaços com muitas pessoas ou locais externos muito arejados podem fazer com que os cheiros se dispersem rapidamente, comprometendo a capacidade dos animais de detectar baixos níveis de infecção”, disse Lawrence Young, virologista que não teve participação no estudo, em comunicado.  

    Outro fator que precisa ser levado em consideração para a continuação dos estudos é o fato de que os próprios cachorros podem se infectar com o novo coronavírus, tornando o processo perigoso para eles. De acordo com Mick Bailey, professor da Universidade de Bristol, que também não está envolvido nos estudos, há a possibilidade de que os cães estejam detectando vírus associados a problemas respiratórios no geral, e não especificamente o novo coronavírus.  

    A fase 2 dos estudos terá como objetivo testar se os cães são capazes de detectar a presença do vírus em pessoas realmente infectadas pela Covid-19, e não apenas em máscaras e roupas. 

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