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Boa relação com o médico aumenta tolerância à dor

Estudo encontrou bases neurobiológicas para explicar como uma relação de confiança e empatia com médicos melhora quadros de saúde do paciente

Por Da Redação
4 dez 2012, 09h09
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  • A relação entre médico e paciente baseada em empatia e confiança não só é fundamental para que o paciente se sinta à vontade durante a consulta, mas também altera a sua resposta ao stress e aumenta a sua tolerância à dor. Foi o que concluíram pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, em um trabalho publicado na última edição do periódico Patiente Education and Counseling.

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    Título original: Patient-centered interviewing is associated with decreased responses to painful stimuli: An initial fMRI study

    Onde foi divulgada: periódico Patiente Education and Counseling

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    Quem fez: Issidoros Sarinopoulos, Ashley Hesson, Chelsea Gordon e outros

    Instituição: Universidade de Michigan, Estados Unidos

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    Dados de amostragem: 9 mulheres

    Resultado: Pacientes relatam sentir mais confiança e satisfação em consultas nas quais o médico os permite falar sobre dúvidas, preocupações e aspectos que não somente os clínicicos que afetam a saúde. Esses pacientes têm maior tolerância à dor quando têm a imagem desse médico de confiança

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    De acordo com Issidoros Sarinopoulos, professor de radiologia e coordenador da pesquisa, estudos recentes vêm demonstrando que médicos mais atenciosos e cuidadosos têm pacientes mais felizes e com melhores quadros de saúde. No entanto, ele explica, o mecanismo biológico responsável por isso ocorrer era, até então, desconhecido. “Nosso estudo é o primeiro a analisar essa relação a partir de um ponto de vista neurobiológico”, diz.

    A pesquisa de Sarinopoulos selecionou nove pacientes do sexo feminino. Elas foram divididas aleatoriamente entre dois tipos de consulta médica. Em um dos tipos, a consulta tinha abordagem centrada no paciente, o médico permitiu que ela falasse sobre qualquer preocupação ou dúvida e também fez perguntas sobre família, trabalho e outros fatores psicológicos e sociais que afetam a saúde. Na outra consulta, as pacientes foram questionados apenas sobre aspectos clínicos específicos, como sobre quais remédios estavam tomando e histórico médico.

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    Após a consulta, as participantes responderam a um questionário sobre a consulta para que os pesquisadores avaliassem a diferença entre cada tipo de abordagem. As mulheres que passaram pela consulta focada no paciente relataram maior satisfação e afirmaram sentir mais confiança nos médicos do que as outras participantes.

    Atividade cerebral – Depois, as mulheres que passaram pela consulta centrada no paciente foram submetidas a uma ressonância magnética. Durante o exame, elas receberam uma série de choques elétricos cuja sensação é semelhante à de pontadas de agulha. Elas também ficaram de frente a, hora uma foto do médico que havia lhe atendido antes do exame, hora uma foto de um médico desconhecido. Com isso, os pesquisadores queriam descobrir de que forma a imagem de um profissional de confiança interfere na atividade cerebral em situações como essa.

    Os resultados mostraram que a atividade de uma região do cérebro responsável por deixar a pessoa consciente da dor foi menor quando as pacientes olhavam para a foto do médico conhecido. Os relatos das próprias participantes confirmaram essas conclusões: após os exames, elas afirmaram ter sentido menos dor nos momentos em que olhavam para o médico conhecido.

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    Para Sarinopoulos, como a amostra dessa pesquisa foi pequena, é preciso que esses resultados sejam confirmados em um estudo de escala maior. “Mesmo assim, esse já é um bom primeiro passo para colocar peso científico na hora de defender que os médicos construam uma relação de empatia e confiança com seus pacientes”, diz o pesquisador. “É importante para os médicos e outros profissionais saberem que há uma explicação biológica para que isso seja defendido.”

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