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Acaba a lua de mel com as estatinas

Novos estudos mostram que a droga está ligada à acumulação de cálcio nas artérias coronárias, além de aumentar a fadiga em pacientes

Por Da Redação
16 jun 2012, 22h54

Na última semana, duas pesquisas apontaram efeitos colaterais desconhecidos das estatinas, medicamento que controla os níveis de colesterol no sangue. Elas mostraram que o remédio pode favorecer a calcificação nas artérias coronárias dos pacientes, além de aumentar sua fadiga. Essas novas pesquisas colocam em xeque os alardeados benefícios da droga, cujo principal efeito é diminuir o nível de colesterol ruim no sangue do paciente, reduzindo suas chances de infartos em até 30%.

O primeiro dos estudos foi conduzido com 197 veteranos de guerra norte-americanos, que tinham diabetes e doenças coronárias. Os pesquisadores viram que, entre esses voluntários, aqueles que eram usuários frequentes das estatinas tiveram um aumento muito maior na calcificação de placas em suas artérias coronárias. Isso poderia levar a riscos maiores de infartos nesses pacientes. Já o outro estudo, conduzido pela Universidade da Califórnia, analisou mil voluntários, que tomaram estatinas ou placebos. Os que consumiram o remédio relataram ter menos energia e sentir mais fadiga em seu dia-a-dia.

Essas pesquisas vêm se somar a uma terceira, publicada no ano passado, que mostrou que os pacientes que ingerem altas doses do remédio têm maiores chances de desenvolver diabetes do que aqueles que tomaram doses padrão. Os pesquisadores da Universidade de Londres analisaram os resultados de 32.752 pacientes, dos quais 2.749 desenvolveram diabetes.

Aspirina do século XXI – Quando as estatinas surgiram, mostraram possuir uma série de vantagens. Além de diminuir o colesterol, pesquisas mostravam que ela ajudava a desobstruir artérias, diminuía o crescimento da próstata e combatia o Alzheimer. Era uma lista de benefícios que não parava de crescer, assim como as vendas do medicamento – o Lipitor, uma das formas comerciais da droga, é o remédio mais vendido em toda a história. Agora, as novas pesquisas mostram que nem todos os seus efeitos são bons. Depois desses resultados, ainda vale a pena consumir as estatinas?

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Segundo a endocrinologista Denise Iezzi, coordenadora do Centro de Diabetes do Hospital Sírio Libanês, seu uso ainda é muito recomendado. “Ela pode salvar a vida de uma pessoa”, diz. Inúmeros trabalhos mostram que as estatinas fazem a diferença no tratamento de pacientes que já sofreram doenças coronarianas e em diabéticos. “O que essas pesquisas colocam em xeque é o uso indiscriminado do remédio.”

As pesquisas mais recentes acendem um sinal amarelo para os médicos, apontando que a droga não traz apenas benefícios e tem, sim, sérios efeitos colaterais. “Esses efeitos mostram que as estatinas devem ser usadas com indicações e critérios claros”, diz Denise. Cabe ao médico somar os prós e os contras e descobrir quais pacientes devem tomar o remédio, que ainda é uma ferramenta importante para diminuir o numero de derrames e infartos no mundo.

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