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Imagem da semana: Morrer antes de viver

Os pais Claudineia e Klebson carregaram no colo o caixão de seu bebê, Arthur Cosme de Melo, que foi vítima de um tiro antes mesmo de nascer

Por Lizia Bidlowksy
Atualizado em 5 ago 2017, 06h00 - Publicado em 5 ago 2017, 06h00

No fim da tarde da segunda-feira 31, um pai e uma mãe em lágrimas carregaram no colo o caixão do bebê que foi vítima de um tiro antes mesmo de nascer. Arthur Cosme de Melo, fluminense de Duque de Caxias, saiu da barriga da mãe com uma perfuração de bala no peito. No fim de junho, a paraibana Claudineia, grávida de nove meses, tinha sido pega no fogo cruzado entre a polícia e bandidos na entrada da favela do Lixão, onde mora, e uma bala perdida lhe varou o ventre. Nela, a ferida não foi grave. Em Arthur, que estava encolhido lá dentro, acabou sendo fatal. Ele lutou quanto pôde pela vida, mas foi vencido por uma hemorragia interna no dia em que completava um mês. “Se na hora do tiro eu estivesse 1 milímetro para o lado direito, não estaríamos passando por nada disso. Arthur estaria em casa, no quarto que montamos para ele, no berço ainda vazio. Faltavam só três dias para a data prevista para o parto normal. Foi a diferença entre nascer na paz e na guerra”, disse a mãe, em um emocionado depoimento publicado por VEJA, enquanto ainda havia esperança. Segundo as investigações, o tiro que matou o menino de Claudineia e Klebson provavelmente saiu do fuzil de um bandido, mas sua trajetória também foi determinada pela falência de um estado contaminado pela corrupção e pela inépcia dos órgãos públicos. Em uma tentativa de resposta à disseminação da violência, as Forças Armadas foram convocadas, e blindados ocuparam as ruas do Rio de Janeiro. Arthur, coitadinho, nasceu — e morreu — na guerra.

Publicado em VEJA de 9 de agosto de 2017, edição nº 2542

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