Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Carta ao Leitor: Um apelo à razão

É espantoso constatar que, em um cenário de pandemia, com o novo coronavírus ceifando milhares de vidas, ainda seja preciso sair em defesa da ciência

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 14h22 - Publicado em 27 mar 2020, 06h00

Há apenas seis meses, falando a VEJA para uma reportagem de capa sobre o que a revista chamou de “Nova Idade das Trevas” — a onda de obscurantismo que assombrava o planeta —, o filósofo e historiador israelense Yuval Noah Harari foi assertivo: “A ciência está sob ataque”. Entre os motivos que detectava para tal fenômeno, ele destacou o menosprezo às enormes conquistas científicas, responsáveis pelo próprio fato de milhões de pessoas estarem vivas hoje, e a ascensão de líderes populistas, que veem a ciência como ameaça “porque ela expõe verdades que vão contra seus comandos”. Por isso, sublinhou, “devemos rejeitar com todas as nossas forças” que posturas políticas, e preconceitos de ordem religiosa, se sobreponham à razão, que norteia o conhecimento científico.

Assim, é espantoso constatar que, em um cenário de pandemia, com o novo coronavírus assolando o globo e ceifando milhares de vidas — de brasileiros, inclusive —, ainda seja preciso sair em defesa da ciência. Mas essa necessidade existe, e é urgente. Sobretudo diante de posturas como a do presidente Jair Bolsonaro, que na terça-feira 24 se dirigiu à nação com mais uma coleção de leviandades a respeito da doença, criticando o fechamento de escolas e do comércio devido à propagação da Covid-19 e acusando a imprensa de espalhar o pânico.

ASSINE VEJA

Coronavírus: a salvação pela ciência
Coronavírus: a salvação pela ciência Enquanto os melhores laboratórios do mundo entram em uma luta bilionária contra a doença, países trazem experiências bem-sucedidas para que a vida e a economia voltem à normalidade ()
Clique e Assine

Ora, o distanciamento social, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, é exatamente uma das principais armas de que se dispõe neste momento para tentar evitar que o surto siga sua avassaladora trajetória. Só essa providência, além de “testes, testes e testes”, como frisou o diretor-geral da entidade, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, é capaz de oferecer alguma segurança a populações inteiras, enquanto não se chega a uma vacina ou à prova irrefutável de que certos medicamentos, como a cloroquina, possam derrotar a Covid-19 (tema da reportagem que começa na página 66). Foi precisamente a esses expedientes que recorreram países como a China — onde se registrou o primeiro caso de infecção, já controlada — e a Alemanha, que manteve índices de letalidade muito inferiores aos de outras nações, como Itália, Espanha e Estados Unidos. Expedientes, ressalte-se, de natureza científica.

Continua após a publicidade

Por menor que seja ainda o tempo de duração da pandemia, suas consequências já se fazem notar em todos os campos, da política à cultura, da economia ao comportamento, como evidencia um conjunto de reportagens da presente edição. Não é hora para politicagem, jogo de palavras, mentiras ou confrontos com inimigos imaginários. Afinal de contas, o desafio que se coloca é gigantesco, talvez o maior das últimas décadas. O Brasil precisa encontrar soluções rápidas para que as pessoas não percam a vida nem o emprego. Para chegar lá, será necessária neste grave momento uma poderosa combinação de ciência, equilíbrio, liderança, união e agilidade. Só assim reduziremos os prejuízos sociais e econômicos trazidos pelo coronavírus.

Publicado em VEJA de 1 de abril de 2020, edição nº 2680

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.