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Witzel é o sexto governador investigado por corrupção no Rio de Janeiro

Cinco políticos eleitos no estado desde a redemocratização foram presos nos últimos quatro anos

Por Thais Gesteira
Atualizado em 28 ago 2020, 12h27 - Publicado em 28 ago 2020, 11h17
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  • O afastamento do governador Wilson Witzel do cargo nesta sexta-feira, 28, por irregularidades em contratos da área da Saúde, evoca três décadas de sucessões desastrosas no Rio de Janeiro. Witzel é o sexto governador investigado por corrupção no estado. Os cinco ex-governadores que o antecederam, e ainda estão vivos, já foram presos.

    A operação que investiga Witzel foi batizada de Tris in Idem – uma crítica implícita ao fato de ele ser o terceiro governador do Rio seguido a estar envolvido em esquemas de corrupção. Os ocupantes antecessores do Palácio das Laranjeiras, Luiz Fernando Pezão e Sérgio Cabral, também tiveram mandatos marcados por escândalos, mas a trajetória desastrosa é longa.

    Moreira Franco, Rosinha Garotinho e Anthony Garotinho também já foram presos e recorrem em liberdade. Os únicos que ocuparam o cargo e não foram detidos são Benedita da Silva e Nilo Batista, que eram vice-governadores e assumiram quando os eleitos – Garotinho e Leonel Brizolla – deixaram o poder.

    Relembre as prisões dos ex-governadores do Rio de Janeiro:

    Moreira Franco

    Apontado como operador de Michel Temer em esquema de propinas, Moreira Franco, que governou o estado no final da década de 80, foi preso em março de 2019, pela Operação Lava-Jato, que também prendeu o ex-presidente. As detenções ocorreram em desdobramento da delação do dono da Engevix, José Antunes Sobrinho, que afirma ter pago 1 milhão de reais em propina ao policial reformado João Baptista Lima Filho, a pedido do ex-governador. O emedebista passou quatro noites preso, mas foi solto após liminar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

    Anthony Garotinho

    Eleito em 1998, Anthony Garotinho foi preso quatro vezes – três delas em menos de um ano. A primeira das prisões ocorreu em novembro de 2016, na Operação Chequinho, que investigava a compra de votos durante a eleição municipal de Campos naquele ano. Em setembro de 2017, ocasião da segunda prisão, Garotinho havia sido condenado a 9 anos e 11 meses por fraude eleitoral. O ex-governador cumpriu prisão domiciliar até a revogação da ordem, semanas depois. A terceira prisão aconteceu em novembro de 2017. Desta vez, sua mulher e também ex-governadora Rosinha Matheus foi presa junto. Em setembro do ano passado, Garotinho teve outra passagem pela cadeia, sob acusação de superfaturamento de contratos durante os mandatos de Rosinha como prefeita de Campos, mas decisão foi revogada pelo Tribunal de Justiça menos de 24h depois.

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    Rosinha Garotinho

    Presa junto com o marido em novembro de 2017, acusados de integrar organização criminosa que arrecadava fundos de forma ilícita para financiar campanhas próprias e de aliados, Rosinha governou o Rio de Janeiro de 2003 a 2007. Em setembro do ano passado, assim como o marido, ela também teve uma breve passagem pela prisão sob acusação de superfaturamento na prefeitura de Campos. Em janeiro deste ano, Rosinha foi condenada por improbidade administrativa.

    Sérgio Cabral

    Único dos ex-governadores que segue preso, Cabral foi detido em novembro de 2016, sob a suspeita de desviar mais de 200 milhões de reais em contratos públicos durante o seu governo, ao qual renunciou, após reeleição, em 2014. Preso na penitenciária Bangu 8, na zona oeste do Rio de Janeiro, o ex-governador foi sentenciado, em sete condenações, a uma pena de 183 anos e seis meses de reclusão. A primeira condenação de Cabral foi emitida em junho de 2017, acusado de receber propina das empresas Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão.

    Luiz Fernando Pezão

    Antecessor imediato de Witzel, Luiz Fernando Pezão foi o primeiro a ser detido durante o exercício do mandato, em novembro de 2018, durante desdobramento da Operação Lava-Jato no Palácio Laranjeira. Em uma decisão da 8ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), o ex-governador foi condenado por improbidade administrativa e perdeu direitos políticos por cinco anos. Pezão ficou preso por pouco mais de um ano e foi solto em dezembro de 2019, após decisão do STJ. Tal como Witzel, o ex-governador, que assumiu após a renúncia de Sérgio Cabral e foi reeleito, chegou a ser alvo de pedidos de impeachment.

    Desde a redemocratização, o Rio foi governado por Leonel Brizola (eleito em 1982 e 1990); Moreira Franco (1986); Nilo Batista, que assumiu após a renúncia de Brizola, em abril de 1994; Marcello Alencar (1994); Anthony Garotinho (1998); Benedita da Silva, que assumiu quando Garotinho renunciou para concorrer à Presidência da República, em abril de 2002; Rosinha Matheus (2002); Sérgio Cabral (eleito em 2006 e 2010); Luiz Fernando Pezão, que assumiu em virtude da renúncia de Cabral, em abril de 2014, e foi reeleito em outubro de 2014 e Wilson Witzel, eleito em 2018. Todos os eleitos, que ainda estão vivos, foram acusados de corrupção.

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