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Wassef afirma que áudios de mulher de Queiroz foram tirados de contexto

Advogado da família Bolsonaro ainda declarou não ser o "Anjo" mencionado nas gravações de voz de Márcia Aguiar que foram reveladas por VEJA

Por Redação
Atualizado em 23 ago 2020, 16h33 - Publicado em 23 ago 2020, 15h06
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  • Frederick Wassef emitiu um comunicado na tarde deste domingo, 23, em que rebate as informações publicadas por VEJA a respeito de áudios encontrados no celular da mulher de Fabrício Queiroz que contradizem declarações dadas anteriormente pelo advogado da família Bolsonaro. Proprietário da casa onde foi preso o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Wassef havia dito que forneceu guarida para evitar que ele fosse morto e assegurou que não mantinha contato frequente com Queiroz, acusado de ser o operador financeiro de um esquema de “rachadinhas” do filho do presidente Jair Bolsonaro. As mensagens de áudio, no entanto, desmontam essa versão do advogado.

    No comunicado, Wassef negou que mantinha uma relação próxima com Queiroz e afirmou que as gravações foram tirados de contexto. Ele também disse não ser a pessoa apelidada de “Anjo”, que é mencionada nas mensagens trocadas entre Márcia Aguiar, a mulher de Queiroz, e a advogada Ana Flávia Rigamonti, contratada por Wassef e companhia habitual  do ex-assessor. O Ministério Público do Rio de Janeiro desconfia que o “Anjo” era Wassef.

    Wassef declarou que nunca escondeu Queiroz porque ele “nunca esteve escondido”. “[Queiroz] nunca foi procurado ou foragido”, disse. Nos áudios, a mulher do ex-assessor queria que o marido parasse de se esconder e voltasse para o Rio e para o convívio com a família. Márcia alegava que eles não eram foragidos e só viviam assim por pressão do “Anjo”. Márcia também pedia a ajuda de Ana Flávia para convencer o “Anjo” de desistir da ideia de alugar uma casa em São Paulo para abrigar toda a família de Queiroz.

    O advogado, por fim, diz ter experiência profissional e informações que subsidiaram as acusações feitas por ele nos últimos meses. Entre as declarações dadas por Wassef estão denúncias de que há uma trama para envolver Bolsonaro no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e que o ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, cujos parentes também são citados no caso Queiroz, foi assassinado pela polícia da Bahia.

    Leia abaixo a íntegra da nota enviada por Frederick Wassef:

    “Eu, Frederick Wassef, não mantinha contato frequente com Fabrício Queiroz, conforme publicado nesta matéria. O tal áudio da mulher de Queiroz não desmente nada do que eu disse. Basta ouvir. E o mesmo sobre outros áudios. Não se pode tirar mensagens de voz de fora do contexto e criar versões, ainda mais quando se refere ao “Anjo”. Não existe nenhum fato novo em nada até aqui e meu nome não é Anjo. Eu não contratei Ana Flávia Rigamonti para ser companhia de Queiroz e ninguém nunca foi pressionado a nada. Não disse que ter contato com Queiroz fosse representar obstrução de Justiça. Procurei manter distanciamento possível por outros motivos. Nunca escondi Queiroz e ele nunca esteve escondido, porque nunca foi procurado ou foragido. As autoridades públicas do Rio não estavam atrás de Queiroz. Se tivessem apenas intimado, ele se apresentaria no dia seguinte. Fabrício Queiroz é vítima de uma prisão ilegal e arbitrária, baseada em mentiras que não existem no processo. Basta ler os fundamentos da prisão. Este é um processo político e não jurídico.

    Não sou afeito a teorias da conspiração. Tudo o que disse que iria acontecer neste caso aconteceu. Disse que iriam armar uma fraude para envolver o Presidente na morte de Marielle Franco e aconteceu. Disse que iriam assassinar o Adriano da Nóbrega e aconteceu. Disse que iriam tentar envolver o Presidente com temas de milícia e supostos grampos de milicianos e aconteceu. Tudo eu avisei antes de acontecer e, depois, aconteceu. Então, ter experiência profissional e informação não é o mesmo que ser afeito a teorias da conspiração.”

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