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Tropa de choque e ofensiva contra MDB: os desafios do governo na CPI

Pré-campanha enfraquece presença de aliados no pelotão de defesa do governo, que ainda tenta demover senadores a retirar assinaturas

Por Leonardo Caldas
Atualizado em 4 jul 2022, 11h03 - Publicado em 3 jul 2022, 18h00

Depois de não ter conseguido matar no nascedouro a CPI do MEC, que tentará desgastar o presidente Jair Bolsonaro com a exposição de supostas traficâncias de pastores evangélicos dentro na pasta da Educação, o Palácio do Planalto enfrenta dois problemas principais para desidratar a comissão de inquérito e garantir que, mesmo instalada, não produza resultados políticos comprometedores. Com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à frente, a estratégia do governo é utilizar os próximos três dias para tentar que senadores, em especial do MDB, retirem suas assinaturas de apoio à investigação.

A liderança governista no Senado definiu como foco da ofensiva os senadores Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), Nilda Gondim (MDB-PB), Confúcio Moura (MDB-RO) e o tucano Dário Berger (PSDB-SC). O expediente já havia funcionado na CPI da Pandemia, quando às vésperas do fim dos trabalhos, parlamentares de oposição concordaram em amenizar as tintas do relatório final após receberem acenos do entorno bolsonarista de que poderiam ser “apoiados” nas eleições de outubro.

Antes mesmo de saber se vai conseguir baixar as atuais 31 assinaturas para menos de 27, mínimo necessário para que a investigação saia do papel, o governo já contabiliza outro problema, desta vez relacionado ao dia a dia de funcionamento da comissão. Ao contrário da CPI da Pandemia, quando um pequeno – mas estridente – grupo de senadores governistas embaralhava as audiências com ataques a adversários e defesa de tratamentos sem eficácia, por exemplo, o Planalto enfrenta agora dificuldade de encontrar uma tropa de choque disposta a abandonar temporariamente o período eleitoral para se enfurnar na trincheira da CPI. Se naquela ocasião as investigações funcionaram de trampolim para que parlamentares de pouca expressão ganhassem projeção nacional, hoje o cálculo político é outro.

Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Jorginho Mello (PL-SC) e Marcos Rogério (PL-RO), que compunham a bancada bolsonarista na CPI, atualmente são empenhados em projetos eleitorais próprios nos estados e, em princípio, não pretendem engrossar as fileiras governistas na comissão. “Estou na pré-campanha e acho que já cumpri a minha cota de CPIs no ano, mas se houver necessidade, eu não vou deixar o presidente Bolsonaro na mão”,  diz o senador Marcos Rogério (PL-RO), que na última comissão de inquérito era tratado como o “pitbull” do governo na comissão. Por trás da declaração de “disponibilidade” do parlamentar, porém, está um cenário mais pragmático: Rogério enfrenta dificuldades na disputa ao governo de Rondônia. Segundo pesquisa do instituto Real Time Big Data, ele tem 18% das intenções de voto e está atrás do atual governador e favorito à reeleição, Marcos Rocha (União Brasil), que conta com 32%.

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