Na VEJA.com:
O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, uma investigação contra o ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) na Lava Jato. O inquérito apura se Delcídio recebeu propina desviada da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
O ministro também retirou o sigilo do processo, que tramitava oculto no STF e tinha como base a delação do doleiro Fernando Soares, o Baiano. Segundo o delator, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, o orientou a repassar a Delcídio os valores desviados na compra da refinaria.
Em delação, Delcídio assumiu que recebeu 1 milhão de dólares de propina oriunda da compra da refinaria nos Estados Unidos. Já Baiano afirma que o valor repassado pode ter chegado a 1,5 milhão de dólares, e teria sido pago a um homem conhecido como Godinho, que se apresentou como um amigo do ex-senador.
Primeira instância
A decisão de Teori de enviar a investigação para Moro já era esperada. Delcídio foi cassado do mandato de senador em maio e, por isso, perdeu o foro privilegiado e a prerrogativa de ser investigado pelo STF. “Como visto, a situação fática descrita, em que se destaca a compra de refinaria no estrangeiro, guarda aparente pertinência com inquéritos e ações penais relacionadas a supostos crimes envolvendo a Petrobras”, escreveu Teori.
Delcídio já foi denunciado ao lado do ex-presidente Lula e de outros cinco investigados por uma trama para comprar o silêncio de Cerveró: o pecuarista José Carlos Bumlai, o filho dele, Maurício, o banqueiro André Esteves, o advogado Edson Ribeiro e o assessor parlamentar Diogo Ferreira. Como nenhum deles tem foro no STF, o processo foi enviado à Justiça de Brasília por, na opinião de Teori, não ter relação com a Lava Jato.