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O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito para investigar a ligação entre o senador Fernando Collor (PTB-AL) e o doleiro Alberto Youssef, pivô do bilionário esquema de corrupção desarticulado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Agentes encontraram no escritório do doleiro, durante ação de busca e apreensão, oito comprovantes de depósitos bancários em nome de Collor. Os depósitos, feitos no intervalo de três dias, em maio de 2013, somam 50.000 reais. Em entrevista a VEJA, a contadora de Youssef Meire Poza afirma que os depósitos foram feitos a pedido de Pedro Paulo Leoni Ramos (ex-auxiliar do senador e também envolvido com o doleiro).
A apuração, determinada pelo ministro Teori Zavascki, é aberta quatro meses depois de Collor ser absolvido no Supremo da última ação a que respondia em razão das acusações que levaram ao seu impeachment, em 1992. A Justiça Federal do Paraná foi o órgão que solicitou a abertura do inquérito. O questionamento foi remetido ao STF porque Collor, como senador, tem direito a foro privilegiado.
No dia 26 de maio, na tribuna do Senado, Collor negou ter qualquer relação com o doleiro. “Posso afirmar de modo categórico que não o conheço e jamais mantive com ele qualquer relacionamento pessoal ou político”, afirmou. No pronunciamento de 18 minutos, ele não negou ter recebido os depósitos de Youssef, nem esclareceu os motivos da transferência.