Um dos principais indícios colhidos pela força-tarefa da Lava Jato contra o marqueteiro do PT João Santana e a sua mulher, Mônica Moura, é uma offshore aberta no Panamá e mantida na Suíça chamada Shellbill Finance S.A. Foi por meio da conta dessa empresa que os investigadores rastrearam os pagamentos, no exterior, efetuados pelo suposto operador de propinas Zwi Skornicki e pela Odebrecht – um montante de 7,5 milhões de reais – ao publicitário. Coincidência ou não, só o nome da conta já levanta suspeitas sobre a sua finalidade. Shell companies é o termo usado nos países de língua inglesa para definir empresas de fachada. Pelo dicionário, Shell significa casco, carapaça, concha, parte externa e aparência. Bill, por sua vez, quer dizer conta, fatura, nota. A conta atribuída a Santana não foi declarada às autoridades brasileiras, segundo as apurações. Considerado o contexto no qual está inserida, Shellbill poderia ser facilmente traduzida como “conta de fachada”. (Eduardo Gonçalves, de São Paulo)