Sérgio Cabral entrega de imóveis a joias para reduzir pena
Bens avaliados em 40 milhões de reais garantiram redução de oito anos e meses da pena de prisão; ex-primeira dama Adriana Ancelmo também foi beneficiada
Réus na mesma ação que condenou o empresário Eike Batista a trinta anos de prisão, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) e sua mulher, Adriana Ancelmo, tiveram direito à redução de pena depois de entregarem à Justiça Federal bens avaliados em cerca de 40 milhões de reais. No caso do ex-governador (condenado a 22 anos e oito meses), a redução chegou a oito anos e oito meses. Já a ex-primeira-dama, sentenciada a quatro anos e seis meses de prisão no regime semiaberto, teve a pena reduzida em quatro anos.
A lista de bens entregues pelo casal inclui imóveis (entre eles uma casa em Mangaratiba avaliada em 8 milhões de reais), joias e carros, além de valores depositados em contas bloqueadas. A casa em Mangaratiba chegou a ser levada a leilão, que acabou suspenso. Cabral e Adriana Ancelmo comunicaram à Justiça que abririam mão espontaneamente dos bens. Cerca de 15 milhões de reais foram encontrados em contas bancárias vinculadas ao casal, a maioria em nome da ex-primeira-dama.
A redução de pena é prevista na lei de lavagem de dinheiro, que permite corte de até dois terços ou isenção de pena. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, decidiu, no caso de Adriana, zerar a punição por lavagem de dinheiro, por entender que os bens devolvidos eram superiores ao prejuízo com o crime.
Alvo de 24 processos, o ex-governador do Rio já foi condenado na Lava Jato (no Rio e em Curitiba) seis vezes. As penas do emedebista somam mais de 100 anos de reclusão.