Serei correto e leal com o presidente Temer, afirma Rodrigo Maia
Presidente da Câmara, deputado do DEM afirma que movimento crescente em torno de seu nome para suceder o peemedebista é ‘pura especulação’ da imprensa
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), declarou lealdade ao presidente Michel Temer (PMDB) nesta sexta-feira, no momento em que há defesa de seu nome por aliados do PSDB e do seu partido como alternativa viável à crise política que afeta o governo. “Eu aprendi em casa a ser leal, a ser correto e serei com o presidente Michel Temer sempre”, disse o deputado federal em Buenos Aires, no encerramento do Fórum de Relações Internacionais e Diplomacia Parlamentar.
Questionado sobre o movimento, o presidente da Câmara disse ser “pura especulação” da imprensa. “Já começam a tratar que eu estaria usando a Súmula 13 do Supremo [que veda nepotismo nos três poderes] para que o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) não continuasse. Mas o ministro Moreira Franco não é meu sogro, ele é casado com a minha sogra. Para você ver o nível de irresponsabilidade de alguns na imprensa brasileira também”, criticou.
Maia reiterou que, apesar de não ser seu papel defender o presidente, não mudará sua posição: “Eu sou presidente da Câmara. O meu partido e eu, pessoalmente, somos aliados do presidente Michel Temer apesar de toda a crise. Eu disse ao presidente do meu partido no primeiro dia da crise que, se acontecesse alguma coisa, o DEM deveria ser o último a desembarcar do governo”, disse.
Em Hamburgo, onde participa da reunião do G20, Temer disse que acredita na lealdade de Maia. “Acredito plenamente. Ele só me dá provas de lealdade, o tempo todo”, disse.
Tasso
O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), fez um aceno na quinta-feira a Maia para uma eventual sucessão do presidente. Caso a denúncia contra o peemedebista seja aceita pelos deputados e ele seja afastado do cargo, Maia assumiria provisoriamente o cargo por até 180 dias até o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar o caso.
Sobre um cenário hipotético de transição, caso Temer deixe o cargo, Tasso avalia que a equipe econômica do atual governo deveria ser mantida para manter a estabilidade. “O governo tem que ser o mais próximo possível do intocável em termos de postura ética”, completou.
Tasso admite que está conversando com todas as legendas sobre o assunto. “Eu acho que o ideal é envolver todos os partidos, inclusive os de esquerda”, defendeu o tucano.
Renan
O ex-líder do PMDB e ex-presidente do Senado Renan Calheiros (AL) afirmou nesta sexta-feira que o governo Temer tem uma rejeição “quase universal” e que Rodrigo Maia é a opção constitucional para buscar sair da crise política.
“O governo tem uma rejeição quase que universal. A sociedade quer se ver livre do governo de qualquer forma, por isso, nós não podemos deixar de olhar a saída constitucional”, disse Renan. “Rodrigo Maia, ele é a saída constitucional e nada mais recomendável olhar para ela.”
Segundo Renan, Temer não compreendeu o papel que a história reservou para ele e, por isso, tem tido dificuldades para continuar no cargo. Uma das queixas do peemedebista é que, logo após o Carnaval, o governo colocou pessoas ligadas a Cunha em posições de destaque, como o atual líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE).
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)