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Sem-terra iniciam marcha a Brasília para exigir candidatura de Lula

Cerca de 5.000 militantes liderados pelo MST saíram neste sábado de Goiás para protestar no TSE na quarta-feira, 15, quando chapa do petista será inscrita

Por Da Redação 11 ago 2018, 20h17
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  • Um grupo de cerca de 5.000 sem-terra, divididos em três colunas, todas saindo de Goiás, iniciaram uma marcha até Brasília para dar apoio à inscrição junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima quarta-feira, 15 de agosto, da chapa que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como candidato a presidente.

    Nesse dia acaba o prazo para os candidatos registrarem suas chapas, o que não significa que as inscrições serão aceitas. O TSE tem até o dia 16 de setembro para deferir ou não as candidaturas apresentadas.

    A chapa de Lula será registrada com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como candidato a vice, mas, na prática, a vice será a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB) – caso Lula consiga viabilizar sua candidatura, Haddad dá lugar a ele e a comunista torna-se vice; caso o ex-presidente não tenha sucesso, Haddad se torna o presidenciável, com Manuela como colega de chapa.

    O PT espera reunir milhares de pessoas em Brasília nesse dia para mostrar força no momento do registro da chapa. Além do MST, há manifestações sendo organizadas pela Frente Brasil Popular, organismo que reúne centrais sindicais, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e outros movimentos sociais.

    Há 12 dias, um grupo de sete militantes – oriundos de movimentos sociais como MST e Via Campesina – fazem uma greve de fome no Centro Cultural Brasília em protesto contra o que chamam de tratamento injusto dado pela Justiça ao ex-presidente Lula.

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    Lula cumpre pena desde abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, após ter sido condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso envolvendo um tríplex no Guarujá. A defesa do petista ainda tenta reverter a prisão nos tribunais superiores em Brasília, mas todas as iniciativas tomadas até agora foram infrutíferas.

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    Sem-terra se preparam para iniciar marcha em direção a Brasília para defender candidatura de Lula (MST/Divulgação)

    O ex-presidente é considerado inelegível com base na Lei da Ficha Limpa, que prevê o veto a candidatos que tenham sido condenados em segunda instância. A defesa de Lula, porém, vai tentar – caso o TSE indefira o registro – prolongar a questão pelo maior tempo possível nos tribunais superiores para possibilitar que ele seja candidato em outubro.

    Segundo pesquisa VEJA/Ideia Big Data, divulgada no final de julho, Lula lidera as intenções de voto com 29%, seguido por Jair Bolsonaro (PSL), com 17%, e Marina Silva (Rede), com 11%.

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    Coluna Prestes

    A marcha dos sem-terra pelas rodovias que ligam Goiás à capital federal, iniciou-se no começo da manhã deste sábado, nas cidades de Formosa (pela BR-020), Luziânia (BR-40) e Engenho das Lages (BR-60). Elas devem percorrer de 50 km a 90 km até Brasília.

    As três frentes homenageiam lideranças e movimentos políticos identificados com a esquerda. Uma delas se chama Coluna Prestes, em referência à marcha organizada pelo histórico líder comunista Luís Carlos Prestes, que percorreu o país no final dos anos 1920. Outra leva o nome de Teresa de Benguela, líder quilombola que viveu no século 18. E uma outra foi denominada Ligas Camponesas, em homenagem ao movimento iniciado nos anos 1940, que teve, entre outros líderes, Francisco Julião e Gregório Bezerra.

    Além de sem-terra, a marcha tem atraído lideranças políticas ligadas ao PT, como o diretor do Instituto Lula, Paulo Okamotto, um dos aliados mais próximos de Lula, que participou de parte da marcha neste sábado.

    Okamotto
    O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, participa de marcha de sem-terra em direção a Brasília (MST/Divulgação)

    “Estamos passando por um momento crítico em que há uma prisão arbitrária do presidente Lula, há mais de cento e vinte dias. Estamos imersos em uma crise política e nos aproximando das eleições presidenciais e a Marcha é um momento para dialogar com a população brasileira sobre o que está acontecendo no nosso país”, disse Ceres Hadich, da direção nacional do MST no Paraná, ao site oficial do PT.

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