Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Fernando Segovia é demitido do comando da Polícia Federal

Mudança acontece no primeiro dia da corporação sob o comando do Ministério da Segurança Pública; delegado Rogério Galloro é escolhido para chefiar PF

Por Da Redação Atualizado em 2 mar 2018, 15h44 - Publicado em 27 fev 2018, 18h01

Horas depois de ter a Polícia Federal sob seu comando no recém-criado Ministério da Segurança Pública, o ministro Raul Jungmann resolveu mudar a chefia da corporação. O delegado Fernando Segovia deixa o cargo de diretor-geral da PF. Para o seu lugar foi indicado o delegado Rogério Galloro. A informação foi confirmada em nota do novo ministério, que não comenta, entretanto, a demissão de Segovia, que ficou pouco mais de três meses no posto.

Durante seu período à frente da PF, o delegado protagonizou episódios polêmicos. No momento de maior crise, Fernando Segovia teve que se explicar ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, uma declaração à agência Reuters em que sugeria que a tendência do órgão era recomendar o arquivamento do inquérito contra o presidente Michel Temer (MDB), no caso do Decreto dos Portos.

O delegado afirmou ainda que poderia abrir investigação interna para apurar a conduta do delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pelo inquérito. O motivo seriam os questionamentos enviados a Temer no caso. Na ocasião, a defesa do presidente disse que as perguntas colocavam em dúvida a “honorabilidade e a dignidade pessoal” do presidente.

Na segunda-feira (27), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ameaçou pedir o afastamento de Fernando Segovia caso o delegado voltasse a se manifestar sobre inquéritos. Nesta terça, na mesma decisão em que prorrogou em 60 dias o prazo para conclusão do inquérito sobre Temer, Barroso negou o pedido da PGR para que Segovia fosse proibido de se manifestar sobre a investigação. Para o ministro, o delegado já havia assumido este compromisso.

Troca

Segundo fontes do Planalto, Jungmann pediu ao presidente Michel Temer (MDB) na segunda (26) para substituir Segovia e lembrou que tinha atuado com Galloro quando ele coordenou as forças da Polícia Federal na segurança da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. De acordo com um interlocutor, Temer perguntou qual seria o destino de Segovia e foi informado que o então diretor da PF seria transferido para ser adido da corporação nos Estados Unidos. 

De acordo com auxiliares do presidente, o ministro argumentou que precisava fazer uma nova composição na pasta recém-criada e pediu aval de Temer. Nesta terça-feira (27), na cerimônia de posse de Jungmann na Segurança Pública e sentando na terceira fileira de convidados, Segovia foi um dos puxadores dos aplausos ao novo ministro após seu discurso. 

Após a cerimônia de posse, Temer foi questionado sobre o papel do Ministério da Segurança em relação ao comando a Polícia Federal e a possibilidade de atrapalhar o trabalho da operação Lava Jato, e disse que isso “vem sendo tranquilamente levado a adiante”. “Não há um movimento sequer com vistas à interrupção da operação”, completou.

Currículo

O delegado Rogério Galloro já esteve perto de assumir a chefia da corporação no ano passado. Ele era o mais cotado para substituir Leandro Daiello e tinha a preferência do ministro da Justiça Torquato Jardim, mas prevaleceu a preferência de Temer ao indicar Segovia.

Diretor-executivo da PF desde 2013, Galloro era o número dois da hierarquia na gestão de Daiello, que chefiou a PF de janeiro de 2011 a novembro de 2017. O delegado ingressou na PF em agosto de 1995 e atuou em unidades de repressão à drogas, à crimes fazendários e de inteligência policial.

Com mais de 22 anos de carreira, já ocupou postos estratégicos na instituição. Entre abril de 2011 e junho de 2013 foi adido da PF nos Estados Unidos — antes, ele havia coordenado o projeto do novo passaporte brasileiro, lançado em 2006. Galloro também foi superintendente regional em Goiás (de outubro de 2007 a janeiro/2009). Em janeiro, o delegado foi escolhido representante da América do Sul no Comitê Executivo da Interpol.

(com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.