A advogada do presidente Jair Bolsonaro e tesoureira do Aliança Pelo Brasil, Karina Kufa, defendeu nesta terça-feira, 26, em entrevista à Rádio Eldorado, que o PSL expulse os deputados aliados de Bolsonaro da sigla – entre eles, Eduardo Bolsonaro, que enfrentará ainda hoje um processo na comissão de ética do partido. “Se expulsarem o Eduardo, é um favor que fazem, liberam ele para trocar de sigla”, disse.
Segundo Karina, o PSL tem adotado uma tática de abrir vários processos de expulsão contra os parlamentares aliados de Bolsonaro, para causar “medo e terror” nos deputados. “Estão fazendo isso para vir com penalidades que só visam criar um processo vexatório, não um processo democrático. Se não está satisfeito com o parlamentar, expulse e deixe ele viver a vida em outro partido”, afirmou a advogada.
Na esteira do rompimento entre Bolsonaro e o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), deputados da ala bolsonarista passaram a ser isolados e ameaçados de expulsão. Eles colaboram com a criação da Aliança Pelo Brasil, mas não podem deixar o PSL antes do período de janela partidária – que dura 30 dias e ocorre antes das eleições federais – sob pena de perda de mandato.
“Acho que o interesse do PSL é sangrar esses parlamentares, mas manter no quadro do partido para segurar o fundo partidário”, avalia Karina. Os recursos públicos que financiam as siglas e as campanhas são distribuídos com base no número de deputados eleitos pelos partidos no último pleito – o PSL tem a segunda maior bancada eleita da Câmara dos Deputados, com 52 parlamentares.
A advogada também saiu em defesa de Eduardo Bolsonaro no processo que enfrenta na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados por causa da defesa que fez do AI-5 em uma entrevista. “Pega a frase que ele usou e substitua ‘AI-5’ por qualquer outra coisa, como ‘tomar medidas para defender o Brasil’. Você vê que não há problema”, argumentou Karina.
Em entrevista à jornalista Leda Nagle no mês passado, o deputado disse que “se a esquerda radicalizar a esse ponto, vamos precisar dar uma resposta. E essa resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada via plebiscito, como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada.”
(Com Estadão Conteúdo)