Rosa Weber: Suspeita sobre voto eletrônico é ‘desconectada da realidade’
Presidente do TSE rebate insinuação de Bolsonaro sobre possibilidade de fraude em urnas eletrônicas e diz que candidaturas são ausentes na fiscalização
Em aparente resposta ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, afirmou que as suspeitas de falta de segurança nas urnas eletrônicas são “descoladas da realidade”.
“As pessoas são livres para expressar a própria opinião. Mas quando essa opinião é desconectada da realidade, nós temos que buscar os dados da realidade. Para mim, as urnas são absolutamente confiáveis”, afirmou.
No domingo 16, em vídeo, Bolsonaro levantou a possibilidade de fraude na votação de outubro com urna eletrônica por falta de comprovante impresso. O voto eletrônico seria, nas palavras dele, “o caminho para o poder” do PT. Bolsonaro, contudo, não apresentou indícios ou fatos para endossar a afirmação.
A presidente do TSE destacou que a legislação eleitoral permite a representantes de candidaturas participar de processos de fiscalização como as auditagens das urnas. Contudo, Rosa Weber lembrou que, em geral, representantes das candidaturas não comparecem. “Ninguém vai lá para ver. Me parece que há uma confiança”, comentou.
A ministra citou como exemplo o pleito de 2014. Após o resultado que terminou com a vitória de Dilma Rousseff (PT), o partido de seu adversário, o PSDB de Aécio Neves, levantou a possibilidade de fraude. Após um exame de cerca de um ano, não foi constatada qualquer alteração externa ou problema no sistema de votação.
As urnas eletrônicas são utilizadas desde 1996 no Brasil. O país foi pioneiro na adoção deste tipo de tecnologia, segundo o TSE.