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RO: Ex-secretário de Saúde, candidato é financiado por clínicas

Williames Pimentel, candidato a prefeito de Porto Velho, recebeu pelo menos 40% das doações de médicos ligados a clínicas contratadas pelo município

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 set 2016, 16h22 - Publicado em 23 set 2016, 16h18
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  • Em setembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) impôs uma significativa mudança nas regras eleitorais ao proibir que empresas turbinassem os cofres das campanhas políticas por meio de doações – as cifras, a exemplo das grandes empreiteiras, podiam chegar a valores milionários nas disputas majoritárias. A decisão visava dar fim a interesses paralelos entre empresários e políticos e vislumbrava revolucionar o formato de financiamento eleitoral, autorizando apenas que pessoas físicas – na teoria, militantes e apoiadores – dessem dinheiro aos candidatos. Na primeira eleição em que o novo modelo é adotado, o resultado até agora demonstra que, na prática, os tradicionais doadores continuam por trás das campanhas.

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    Um exemplo disso pode ser constatado na prestação de contas do candidato a prefeito de Porto Velho (RO) Williames Pimentel (PMDB). Até esta sexta-feira, ele havia recebido 323.871 reais por meio das doações. Todas, seguindo o rigor da lei, feitas por pessoas físicas – mas mais de 40% delas têm algum tipo de vinculação com o meio empresarial.

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    Ex-secretário de Saúde de Rondônia, Pimentel recebeu, até o momento, pelo menos dez repasses de médicos vinculados a famosos centros clínicos de Rondônia: o Instituto de Neurocirurgia e Neurologia da Amazônia Ocidental (Inao) e o Centro Médico-Anestesiológico (CMA) do estado.

    No caso do Inao, Bruno Lobo, um dos fundadores do instituto, doou 25.000 reais para o candidato do PMDB. Outros seis médicos que integram a equipe do centro clínico repassaram, juntos, 75.000 reais. Já o CMA tem vínculo com os outros cinco doadores, que, ao todo, investiram 60.000 reais na campanha do peemedebista.

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    Os dois institutos são conhecidos de Pimentel também na esfera dos negócios. Enquanto secretário de Saúde, de 2012 até este ano, ele firmou uma série de contratos entre o estado e essas empresas. Foram quatro parcerias firmadas com o CMA na sua gestão. Os valores dos contratos chegaram a 16,6 milhões de reais. Já com o Inao, os contratos somaram 13,5 milhões de reais.

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    Os representantes dos dois institutos já haviam apoiado também a campanha do governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB), em 2014 – e, em seguida, firmaram contratos com o governo. Aliado de Confúcio, o candidato a prefeito de Porto Velho foi alçado à secretaria de Saúde pelas mãos do peemedebista.

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    Questionado pela reportagem, Pimentel afirma que não há qualquer “drible” à legislação, que todas as doações estão em conformidade com as regras eleitorais e que não admite apoio de empresas em sua campanha. Ele destaca ainda que não há qualquer expectativa de contrapartida entre as doações e parcerias futuras com o município e que essa seria uma prática “imoral e ilegal”. Pimentel acrescenta ainda que “não exerce pessoalmente a captação de recursos” e que há doadores que sequer conhece.

    O site de VEJA tentou contato com representantes do CMA e do Inao, mas não obteve resposta.

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