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Registros de hospital contrariam depoimento de laranja de Lula

Novas declarações contrariam diretamente o depoimento dado por Glauco da Costamarques, acusado de ser laranja de lula e investigado na Operação Lava Jato

Por Da Redação
12 out 2017, 11h27
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  • O Hospital Sírio-Libanês entregou quarta-feira (11) ao juiz Sergio Moro o registro de três visitas do contador João Muniz Leite ao engenheiro Glaucos da Costamarques, em dezembro de 2015. Segundo as informações do hospital, o advogado e compadre do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Roberto Teixeira não fez qualquer visita. O documento, solicitado pelo juiz no âmbito da ação que investiga se Glaucos foi laranja de Lula, contradiz diretamente o depoimento dado pelo engenheiro a Moro.

    Segundo o engenheiro, que é investigado na Lava Jato na ação penal sobre supostas propinas da Odebrecht para Lula, ele não recebeu pagamentos referentes aos aluguéis do período entre 2011 e 2015, do apartamento 121 do edifício Hill House, em São Bernado do Campo, que é utilizado pelo ex-presidente. Glaucos também afirmou que os aluguéis só passaram a ser pagos após visitas  de Roberto Teixeira e do contador que teria ido ao seu encontro para solicitar que rubricasse os documentos. A visita do advogado teria ocorrido, segundo ele, em novembro de 2015, e a do contador no mês seguinte.

    O Hospital Sírio-Libanês, entretanto afirmou não ter registros da entrada de Teixeira no período citado e informou que apenas o contador fez três visitas a Glaucos, em 3 de dezembro de 2015 e nos dois dias seguintes.

    Declaração feitas por escrito por Muniz e também entregues a Moro nesta quarta-feira ressaltam as contradições no depoimento de Glaucos. Além de admitir já ter prestados serviços contábeis ao engenheiro, o contador afirma que teria recebido comprovantes dos pagamentos referentes aos aluguéis no período descrito por Glaucos e negou que tenha pedido para que ele rubricasse os recibos.

    Defesa

    Os advogados de Lula informaram que vão entregar os originais dos documentos apresentados em setembro para comprovar o pagamento dos aluguéis – o contrato de locação e 26 recibos. Além disso, outros seis comprovantes de 2011 também foram localizados e colocados à disposição para que passem por uma perícia.

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    Os originais foram exigidos por Moro, atendendo ao pedido do Ministério Público Federal (MPF), que considerou as cópias dos recibos “ideologicamente falsas”. Os procuradores apontaram que os recibos tinham datas inexistentes, como 31 de novembro, e erros de português. A defesa de Lula também pediu a Moro que, “por cautela”, seja designada audiência formal para a entrega desses documentos na presença de perito habilitado.

    Recibos

    Na declaração, Muniz afirmou que prestou serviços contábeis para Glaucos entre 2010 e 2015, incluindo a “elaboração das guias do carnê-leão referentes ao recebimento de aluguéis auferidos pelo mesmo em relação à locação de um apartamento para dona Marisa Letícia Lula da Silva“. O contador disse que recebia do engenheiro, “periodicamente, os recibos relativos aos pagamentos dos aluguéis por parte da sra. Marisa Letícia Lula da Silva, de 2011 a 2015, os quais serviam também para dar lastro à declaração de Imposto de Renda”.

    Muniz confirmou que esteve no hospital em 2015. “Não corresponde à verdade que naquela oportunidade eu teria colhido do sr. Glaucos as assinaturas em todos os recibos relativos à locação para a sra. Marisa Letícia Lula da Silva, e, sim, em apenas alguns meses, que embora tivéssemos os recibos, os mesmos não estavam assinados.”

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    O contador disse ainda que, de 2011 a 2015, também elaborou “as guias relativas ao ‘carnê-leão’ que eram recolhidos mensalmente pelo sr. Glaucos em relação aos recebimentos de locação”.

    (Com Estadão Conteúdo)

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