O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou depois de sua vitória que considera a reforma da Previdência fundamental e que está de portas abertas para receber o ministro Paulo Guedes, da Economia, e “tocar com celeridade” as propostas enviadas pelo governo Jair Bolsonaro. “Não tenho dúvida que a prioridade será votarmos a reforma da Previdência”, disse.
O parlamentar disse que o Senado é a Casa do entendimento, do diálogo. “O governo vai enviar sua pauta e vão ser feitas avaliações pelas comissões pertinentes”, afirmou. “Os brasileiros apresentaram para o Brasil um novo Congresso”, disse.
Em seu discurso após a eleição, Alcolumbre já havia sinalizado apoio às reformas, afirmando que as considera “urgentes”.
Ele admitiu que a votação foi tumultuada, mas considerou que o Senado “saiu muito grande desse processo por cumprir a decisão judicial”, disse. Na madrugada, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a votação fosse secreta e não aberta como a maioria dos senadores tinha votado anteriormente. Apesar disso, boa parte dos senadores revelaram o voto durante o pleito, inclusive mostrando as cédulas para as câmeras.
Alcolumbre confirmou que foi agendada uma reunião para terça-feira para discutir a proporcionalidade da Casa com os líderes partidários, o que deve determinar a distribuição de cargos na Mesa Diretora e comissões.
Pasta e flores
Em relação à senadora Katia Abreu (PDT-TO), que protagonizou uma cena curiosa com Alcolumbre na sessão de sexta-feira, dia 1º, ele afirmou que a parlamentar é uma amiga e que estará à disposição dela. A senadora pegou uma pasta da mesa diretora enquanto Alcolumbre presidia a sessão e, quando ele pediu que ela devolvesse, a senadora retrucou “vem tomar”. Neste sábado, a ex-ministra da Agricultura o presenteou com um buquê de flores. “Estamos vivendo outro momento, isso é uma página virada”, disse.
Sobre o principal adversário nesta eleição, Renan Calheiros (MDB-AL), Alcolumbre afirmou que vai telefonar para o senador e que a experiência dele “vai ser muito importante”. “Assim como vou ligar para todos os senadores, a bandeira vai ser o diálogo”, disse. “O Senado não pode parar, os senadores vão ter que fazer dessa casa o que o Brasil esperar.”
(Com Estadão Conteúdo)