Preso na Lava Jato, presidente da Eletronuclear se demite
O vice-almirante da Marinha Othon Luiz Pinheiro da Silva foi preso na 16ª fase da operação, que apurou irregularidades nos contratos da usina nuclear Angra 3
A Eletrobras informou na quarta-feira que a Eletronuclear recebeu do vice-almirante Othon Luiz Ribeiro da Silva o pedido de demissão do cargo de diretor presidente da empresa. Até então, ele estava licenciado. Silva foi preso temporariamente, depois que foi deflagrada a 16ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Radioatividade, que apura irregularidades em contratos da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras que opera as usinas termonucleares Angra 1 e Angra 2 e constrói Angra 3. Desde abril, quando surgiram as primeiras evidências de irregularidades, o executivo não recebia rendimentos.
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O ex-dirigente justificou o pedido de demissão como sendo a melhor forma para buscar a defesa de seus direitos sem causar prejuízos aos interesses da Eletronuclear, bem como buscando preservar a independência dos procedimentos da investigação em curso. De acordo com comunicado da Eletrobras, o atual diretor de Operações da Eletronuclear, Pedro José Diniz de Figueiredo, permanecerá interinamente como diretor presidente da Eletronuclear.
Na quarta-feira, o conselho de administração da Eletronuclear decidiu em reunião na última sexta-feira, segundo uma fonte, solicitar mais informações ao departamento jurídico a respeito das denúncias na companhia, antes de tomar medidas mais contundentes. O colegiado também solicitou atualizações ao escritório anglo-americano Hogan Lovells, que foi contratado em junho para fazer uma investigação interna. Segundo a fonte, o resultado da auditoria é esperado para ser entregue em setembro.
(Com Estadão Conteúdo)