Presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira afirmou que há “vários interessados” em contar com o apoio da legenda nas eleições de 2018, depois que Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), desistiu de disputar o Planalto. Siqueira colocou o partido mais próximo de uma aliança à esquerda, com o PT ou o PDT, e disse não haver “clima favorável” para apoiar a ex-senadora Marina Silva, que concorreu em 2014 pelo PSB e hoje está na Rede.
“Nunca dissemos sim ou não para ela, mas estranhamos o fato de o partido dela ter rompido, há pouco menos de dois meses, com dois governadores do PSB, do Distrito Federal e de Pernambuco. O governador da Paraíba ela nunca apoiou. É estranho ela querer apoio e romper com governos do PSB”, afirmou.
O socialista reiterou que a prioridade da legenda será aumentar suas bancadas no Legislativo e dar força às candidaturas aos governos estaduais. Para Carlos Siqueira, qualquer posição do PSB estará associada a “reciprocidade” nessas disputas regionais. “Vamos conversar e ver se esses apoios de fato se concretizam. Não é possível ficar apenas na palavra. É necessário que façam ações concretas em torno das soluções estaduais. Não é possível que o apoio seja unilateral.”
Na seara petista, o político afirmou não acreditar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguirá reverter a inelegibilidade na Lei da Ficha Limpa após condenação em segunda instância e por isso “terá de ser substituído”. Siqueira aposta no ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como o candidato do PT. “Tem experiência. Já foi ministro e prefeito de uma grande cidade. No âmbito do PT, não tem ninguém melhor do que ele. O fato de ser de São Paulo tem o seu peso, já que o eleitorado nordestino, que é grande, o PT já detém.”
Quanto ao PDT, posicionando-se de forma mais esquiva, Siqueira afirmou “simpatizar” com uma chapa liderada por Ciro com o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB) como candidato a vice-presidente. Apesar de descartar uma aliança do PSB com Geraldo Alckmin (PSDB), ele afirmou, ainda, que a legenda não vai interferir na posição do governador paulista Márcio França, que vem prometendo apoio ao tucano. “O Márcio tem uma longa trajetória de parceria com Alckmin e o PSDB de São Paulo. Ele tem dito que o apoiará, e nós respeitaremos”, disse.
(Com Estadão Conteúdo)