O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), deputado Cauê Macris (PSDB) afirmou que assinará nesta quinta-feira, 21, um ato para impedir a realização do evento em homenagem ao ditador Augusto Pinochet, que governou o Chile entre 1973 e 1990. “O ato será publicado no Diário Oficial do Estado na sexta-feira”, escreveu o parlamentar. O ato foi marcado pelo deputado Frederico D’Avila (PSL).
O evento foi protocolado na semana passada pelo deputado do PSL e estava previsto para acontecer na Alesp no dia 10 de dezembro, aniversário de treze anos da morte do ditador chileno. Nesta data, comemora-se também o Dia Internacional dos Direitos Humanos. O regime foi responsável pela morte de mais de 3.200 pessoas. Outras 38.000 foram torturadas. Há mais de 1.500 casos abertos ainda sem resposta das Forças Armadas do país.
Frederico D’Avila acredita que o ditador chileno “conduziu seu governo de forma brilhante, impedindo que o cenário ditatorial e violador de direitos humanos cubano e soviético da época se instalasse no seio da sociedade chilena”. Para o deputado, “a visão comunista” da ditadura militar do país não consegue entender “o bem que ele fez” ao Chile e à América Latina.
O evento convocado pelo parlamentar causou reações nas redes sociais. A deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) escreveu que é “inadmissível que o sanguinária ditador chileno Augusto Pinochet seja homenageado na Assembleia Legislativa de SP, como propõe um deputado do PSL. A ditadura chilena foi uma das mais assassinas da América Latina. Prestar homenagem ao tirano Pinochet é uma indecência”.