Favorito de Bolsonaro para PGR quase se aposentou em 2010, mas TCU barrou
Nome de Antônio Carlos Simões Soares foi levado ao presidente pelo filho Flávio Bolsonaro e será confirmado até esta terça-feira
Escolha do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para ser indicado ao comando da Procuradoria-Geral da República, o subprocurador Antônio Carlos Simões Soares chegou a conseguir aposentar-se da carreira do Ministério Público Federal em março de 2010. Só faltou combinar com o Tribunal de Contas da União.
O TCU barrou o benefício por entender que ele não comprovou ter recolhido as contribuições previdenciárias no período em que atuou como advogado, nas décadas de 70 e 80, e excluiu 9 anos, 4 meses e 15 dias do cálculo para tempo de serviço. Hoje, Simões Soares tem 68 anos.
A decisão foi um balde de água fria nas intenções do subprocurador, que pelo menos desde 2006 já fazia suas contas para deixar o MPF — que integra desde 1984. Naquele ano, ele teve negado, na própria PGR, um pedido de revisão de contagem de tempo de serviço. Foi até o Supremo Tribunal Federal e perdeu.
Conforme revelou o Radar, o nome de Simões Soares já foi escolhido por Bolsonaro no final de semana e deverá ser anunciado até esta terça-feira 20. O subprocurador, que já atuou no Rio de Janeiro, foi indicado pelo primogênito do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e seu advogado, Frederick Wassef.
A notícia causou reação entre os concorrentes, que tentam evitar a nomeação. Também segundo o Radar, eles passaram a defender que Bolsonaro considere a possibilidade de deixar que o interino Alcides Martins, vice-presidente do Conselho Superior do MPF, fique no cargo, de modo a evitar atritos com a categoria.