O porteiro que prestou depoimento à polícia vinculando o nome do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) está de férias e tem previsão de retorno ao trabalho no mês que vem. Moradores e funcionários relatam que é tenso o clima no condomínio Vivendas da Barra, localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Lá, o presidente e o policial militar reformado Ronnie Lessa, suspeito de ter efetuado os disparos, têm casas.
Segundo esses relatos, o porteiro que está no centro do debate que sacode o Brasil nesta semana é um funcionário antigo, com mais de uma década de serviços prestados ao Vivendas da Barra. Ele é tido como alguém “de confiança” e um dos mais idosos em atividade no local. VEJA também confirmou que há, sim, um sistema de interfones que conecta a portaria às mais de 100 casas do condomínio. O protocolo é que o interfone seja usado, e, caso o morador não atenda, um funcionário usa uma bicicleta para ir até a casa.
O porteiro ganhou destaque nacional ao dizer à polícia que no dia da morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, um dos suspeitos, Élcio de Queiroz obteve autorização de “seu Jair” para entrar no condomínio. O caso foi revelado pelo Jornal Nacional na noite da terça-feira 29. Ontem, porém, o Ministério Público revelou que a autorização para entrada foi dada por Ronnie Lessa. O crime ocorreu horas depois do encontro da dupla. Segundo o MP, a gravação com a voz de Lessa autorizando a prova de Queiroz é a prova mais contundente de que os dois estavam juntos naquele dia, algo que ambos sempre negaram.