A Executiva do PSDB em São Paulo editou uma norma interna para obrigar os filiados do partido a apoiarem os candidatos tucanos nas eleições municipais sob ameaça de punição. A resolução é mais um episódio do tucanocídio em que se transformou a disputa das prévias na capital paulista, vencidas pelo empresário e apresentador de TV João Dória Junior e que culminou com a saída do vereador Andrea Matarazzo para o PSD. A resolução diz que os militantes, com mandato ou não, “têm o dever” de votar, apoiar e empenhar-se nas campanhas dos candidatos do partido, ou indicados pela sigla na coligação. Os candidatos a vereador ficam obrigados a veicular no material de campanha o candidato a prefeito do partido. “Fica expressamente vetado qualquer tipo de apoio, material ou público, a candidatos concorrentes”, diz a resolução, interpretada por apoiadores de Matarazzo dentro do PSDB como uma forma de calar o apoio a ele. O texto de 16 de maio é assinado pelo presidente, Pedro Tobias, e pelo deputado Bruno Covas, secretário geral.
Em nota, o diretório do PSDB disse que “não há qualquer ameaça” na resolução, tampouco “tentativa de beneficiar qualquer candidatura nem de forçar apoio a quem quer que seja”. Segundo o partido, a resolução é “semelhante” a outras editadas nas eleições de 2012 e 2014 e regulamenta o que já é definido pelo Estatuto no que diz respeito aos deveres do filiado e à fidelidade partidária. “Esse tipo de insinuação é típico de quem, por desconhecimento ou má fé, tem dificuldade de aceitar o processo democrático, seus resultados e regras”, diz o diretório paulista.
(Felipe Frazão, de Brasília)