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Policial preso diz que foi coagido a incriminar deputado no Maranhão

Fernando Paiva diz que foi ameaçado pelo secretário de Segurança Pública do estado a acusar o deputado estadual Raimundo Cutrim em caso de contrabando

Por Da redação
Atualizado em 22 abr 2018, 22h16 - Publicado em 22 abr 2018, 19h58

O policial militar Fernando Paiva Moraes Júnior afirmou, em depoimento à Justiça Federal do Maranhão, que foi coagido a fazer delação premiada e envolver em irregularidades o deputado estadual Raimundo Cutrim (PCdoB). Ele está preso preventivamente desde fevereiro, alvo de operação que mira contrabando de armas, cigarros e bebidas à capital São Luiz.

De acordo com Paiva, o secretário de Segurança Pública do governo Flávio Dino, Jefferson Portela (PCdoB), teria tentado induzi-lo a mentir em colaboração com as autoridades em reunião no Ministério Público Federal, sem a presença de seus advogados. Ele moveu uma queixa crime contra o chefe da pasta.

O depoimento do soldado representa mais uma etapa de crise que se instaurou no alto escalão da Segurança Pública do Maranhão nesta semana. Na sexta-feira, o jornal O Estado de S. Paulo revelou documentos internos da polícia que apontam a existência de determinações para que todos os batalhões da PM espionassem opositores políticos no âmbito das eleições de 2018.

No início do depoimento, Paiva dispensa auxílio da defensoria pública e constitui advogados. Logo em seguida, questionado sobre os termos de sua colaboração pelo juiz, relatou: “Meritíssimo, fui coagido a fazer esta delação premiada, fui coagido pelo secretário de segurança Jefferson Portela (PCdoB) e por um coronel que me conduziu”.

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O soldado diz que foi tirado de sua cela à noite. “Primeiro, perguntei o motivo de estar sendo tirado da cela. Disseram que captaram a ligação de alguém e que eu corria risco de vida”.

“Tiraram uma rede e disseram que poderiam tentar me enforcar com a rede e fui colocado numa cela separada no comando geral, onde fazia as necessidades em um balde. Fui tratado como um lixo”, afirma.

Em seguida, ele diz ter sido levado para o Ministério Público Federal, sem contato com seus advogados, e, lá, teria se encontrado com o secretário de Segurança Pública do Maranhão.

“Quando eu cheguei lá, o secretário de segurança pública Jefferson Portela começou a dizer que eu devia colaborar com ele, porque eu era o mais novo que tinha sido preso, que estaria correndo grande risco de perder minha farda e todos os meliantes que eu já prendi poderiam tomar ciência disso e depois atentar contra minha vida”.

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Jefferson ainda diz que o chefe da pasta tentou induzi-lo a “falar nomes de pessoas”. “Queria formar um circo, um teatro, para que pudesse inserir as pessoas que estivessem sendo investigadas e algumas que não estivessem para que fossem envolvidas na situação do contrabando”.

“Ele queria o tempo todo que eu dissesse que o delegado Tiago Bardal estivesse dentro do sítio. Ele queria o tempo todo que eu dissesse que o delegado Raimundo Cutrim, que é o atual deputado, tivesse dentro do sítio também. Ele queria que eu falasse. Por ele, eu poderia contar a história mais mirabolante que fosse, mas envolvendo eles, entendeu? O delegado Ney Anderson, que eu não conheço. Não conheço o deputado Raimundo Cutrim. Também não conheço o delegado Bardal”, relatou.

Defesas

O Ministério Público Federal afirma que a versão do soldado é inverídica. Por meio de sua conta de Facebook, o secretário de Segurança Pública do Maranhão reagiu. “O Soldado Paiva, preso por integrar a Orcrim, agora se diz coagido a delatar seus comparsas. Será processado por mais um crime”, afirmou Jefferson Portela.

“A organização criminosa identificada e com alguns dos seus membros presos, trama contra o Ministério Público Federal e a SSP/MA”, escreveu.

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