Procuradores dizem que policial do Maranhão mentiu sobre coação
Policial preso diz que foi coagido pelo secretário de Segurança Pública do estado para incriminar deputado Raimundo Cutrim
Procuradores da República no Maranhão afirmaram que o policial militar Fernando Paiva Moraes mentiu em depoimento no qual disse que foi coagido a fazer delação premiada e envolver em irregularidades o deputado estadual Raimundo Cutrim (PCdoB).
Ele está preso preventivamente desde fevereiro, alvo de operação que mira contrabando de armas, cigarros e bebidas à capital São Luiz.
De acordo com Paiva, o secretário de Segurança Pública do governo Flávio Dino, Jefferson Portela (PCdoB), teria tentado o induzir a mentir em colaboração com as autoridades em reunião no Ministério Público Federal, sem a presença de seus advogados. Ele moveu uma queixa crime contra o chefe da pasta.
Segundo o procurador Juraci Guimarães Júnior, Paiva “esteve na presença de um defensor público para assisti-lo e aí chegar a um acordo para saber o que ele tem ou não de direito”. “O defensor passou de uma e meia da tarde até 10 e meia da noite”.
“O MPF está muito tranquilo da legalidade que ele fez, das inverdades que foram faladas por ele e pelo advogado, que nós hoje temos a ciência que tem como finalidade tirar o foco do processo. E o processo é contrabando, organização criminosa, descaminho, porte ilegal de arma, corrupção. E já está denunciado, já encaminhado à Justiça faz três semanas, quase um mês. Esse é nosso foco.”
O procurador reforça que “esses fatos são flagrantemente inverídicos e facilmente comprováveis”.
A procuradora Carolina da Hora ressaltou: “Quando ele presta esse depoimento em juízo, ele falta com a verdade e tem muitos detalhes, mas falta com a verdade inúmeras vezes. Principalmente, falta com a verdade quando ele diz ao juiz como foi que ele teve acesso ao MPF”.