Policiais são suspeitos de comandar tráfico na Cracolândia
Após ação do Denarc que prendeu 4 traficantes, corregedoria diz que investiga envolvimento de policiais na região. Ouvidoria vai apurar se ação teve excessos
Por Da Redação
24 jan 2014, 08h36
Policiais do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil, fizeram uma operação nesta quinta-feira, 23, na Cracolândia, região central de São Paulo, sem comunicar a Prefeitura nem a Polícia Militar (JF Diório/Estadão Conteúdo/VEJA)
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A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo investiga se parte do tráfico de drogas da Cracolândia, na região central de São Paulo, seria organizada por dois policiais civis, um deles do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), órgão criado para combater este tipo de crime.
Na operação do Denarc feita nesta quinta-feira, agentes em um carro da corregedoria acompanharam a ação a distância em busca de informações sobre esses policiais. Para a cúpula da polícia, a prisão de traficantes na operação não teria ligação com os policiais corruptos e, por isso, foi apoiada pela diretoria do departamento e pela Secretaria da Segurança Pública, segundo informou o jornal Folha de S.Paulo.
A Polícia Civil afirma que três policiais à paisana foram à região para prender traficantes, em uma ação rotineira. Segundo o Dernarc, os traficantes se rebelaram com a presença dos policiais e iniciaram um confronto atirando pedras – três viaturas foram danificadas, três policiais ficaram feridos e quatro flagrantes por tráfico de drogas foram feitos. Os policiais pediram reforço e responderam com bombas de efeito moral. “Dez carros da Polícia Civil fecharam a via e fizeram uma incursão desastrosa com bala de borracha e bomba”, disse o secretário municipal da Segurança Urbana, Roberto Porto, que estava presente no local.
A diretora do Denarc, Elaine Biasoli, nega que ação tenha sido desastrada ou que seus policiais tenham utilizado munição de borracha. Admite o uso apenas de bomba de efeito moral. “Teve esse confronto por quê? Porque eles vieram para cima. Temos viaturas danificadas, policiais feridos”, afirmou Elaine.
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Segundo a delegada, as espingardas calibre 12 usadas para disparar balas de borracha que foram vistas no local estavam descarregadas: “Nós estamos sem bala de borracha. Nós fizemos o pedido, mas elas ainda não chegaram. Era só para intimidar”.
A delegada rebateu as críticas feitas pelo prefeito Fernando Haddad (PT) e negou que operação tenha sido “surpresa”: “Não é operação surpresa. Nós temos ação diária, costumeira, rotineira, na Cracolândia. Desde dezembro, prendemos 65 traficantes só na Cracolândia”.
Ouvidoria – O ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Júlio Cesar Fernandes Neves, também abriu um procedimento para investigar a ação de policiais civis do Denarc realizada na tarde de quinta-feira. “Vamos abrir um procedimento para apurar a operação”, disse o ouvidor.
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1/39 No centro de São Paulo há uma concentração diária de cerca de 300 usuários de crack na região conhecida como cracolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
2/39 Muitos dos usuários vivem na rua e dormem nas calçadas da cracolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
3/39 Moradores e trabalhadores da região muitas vezes precisam transitar entre os viciados (Ivan Pacheco/VEJA)
4/39 No dia 21, um mutirão do governo e da Justiça começou a realizar internações à força de dependentes em situação grave (Ivan Pacheco/VEJA)
5/39 Tomas Nava, de 20 anos, procurou voluntariamente o centro de recuperação contruído no meio da cracolândia para se tratar do vício (Ivan Pacheco/VEJA)
6/39 Usuários colocam pertences na calçada para serem trocados por pedras de crack, que custam em média 10 reais (Ivan Pacheco/VEJA)
7/39 Concentração de usuários de drogas na região conhecida como cracolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
8/39 Concentração de usuários de drogas na região conhecida como cracolândia, no centro de São Paulo (Ivan Pacheco/VEJA)
9/39 Concentração de usuários de drogas na região conhecida como cracolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
10/39 Concentração de usuários de drogas na região conhecida como cracolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
11/39 Concentração de usuários de drogas na região conhecida como cracolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
12/39 Moradores de rua e usuários da droga são acolhidos na Missão Batista Cristolândia, na cracolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
13/39 Pastor Silas Hernandes comanda os trabalho da Missão Batista Cristolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
14/39 Na missão Cristolândia eles rezam, se alimentam, tomam banho, ganham roupas e oportunidade de tratamento (Ivan Pacheco/VEJA)
15/39 Na missão Cristolândia eles rezam, se alimentam, tomam banho, ganham roupas e oportunidade de tratamento (Ivan Pacheco/VEJA)
16/39 Na missão Cristolândia eles rezam, se alimentam, tomam banho, ganham roupas e oportunidade de tratamento (Ivan Pacheco/VEJA)
17/39 Na missão Cristolândia eles rezam, se alimentam, tomam banho, ganham roupas e oportunidade de tratamento (Ivan Pacheco/VEJA)
18/39 Na missão Cristolândia eles rezam, se alimentam, tomam banho, ganham roupas e oportunidade de tratamento (Ivan Pacheco/VEJA)
19/39 Moradores de rua e dependentes químicos são acolhidos no prédio da Missão Batista Cristolândia, na região da cracolândia, no centro de São Paulo. No local, eles rezam, se alimentam, tomam banho e ganham roupas novas e oportunidade de tratamento contra o vício (Ivan Pacheco/VEJA)
20/39 Everton Mariano Medeiros, 25 anos, ex-viciado no prédio da Missão Batista Cristolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
21/39 Moradores de rua e usuários de crack acolhidos na Missão Batista Cristolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
22/39 Fila de moradores de rua e dependentes químicos em frente à Missão Batista Cristolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
23/39 Acolhidos rezam na Missão Batista Cristolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
24/39 Tiago Ideal Nogueira, 30 anos, ex-viciado em crack acolhido na Missão Batista Cristolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
25/39 Concentração de usuários de drogas, na região conhecida como cracolândia no centro de São Paulo (Ivan Pacheco/VEJA)
26/39 Concentração de usuários de drogas na região conhecida como cracolândia no centro de São Paulo (Ivan Pacheco/VEJA)
27/39 Voluntários da Missão Cristolândia rezam junto com usuário (Ivan Pacheco/VEJA)
28/39 Ronaldo Costa Torrente, 37 anos, monitor de albergue e ex-viciado em Crack no prédio da Missão Batista Cristolândia, na região da cracolândia, no centro de São Paulo (Ivan Pacheco/VEJA)
29/39 Moradores de rua e dependentes químicos são acolhidos no prédio da Missão Batista Cristolândia, na região da cracolândia, no centro de São Paulo. No local, eles rezam, se alimentam, tomam banho e ganham roupas novas e oportunidade de tratamento contra o vício (Ivan Pacheco/VEJA)
30/39 Moradores de rua e dependentes químicos são acolhidos no prédio da Missão Batista Cristolândia, na região da cracolândia, no centro de São Paulo. No local, eles rezam, se alimentam, tomam banho e ganham roupas novas e oportunidade de tratamento contra o vício (Ivan Pacheco/VEJA)
31/39 Moradores de rua e dependentes químicos são acolhidos no prédio da Missão Batista Cristolândia, na região da cracolândia, no centro de São Paulo. No local, eles rezam, se alimentam, tomam banho e ganham roupas novas e oportunidade de tratamento contra o vício (Ivan Pacheco/VEJA)
32/39 Rodrigo de Toledo Lopes, 32 anos, ex-viciado em Crack no prédio da Missão Batista Cristolândia, na região da cracolândia, no centro de São Paulo (Ivan Pacheco/VEJA)
33/39 Concentração de usuários de drogas, na região conhecida como cracolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
34/39 Usuários aguardam atendimento no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas em busca de vaga de internação (Ivan Pacheco/VEJA)
35/39 André Luis, 30 anos, agente da missão Belém durante ação junto aos usuários de drogas na cracolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
36/39 Voluntários e grupos religiosos durante ação junto aos usuários de drogas na cracolândia, próximo da sala São Paulo, na região central de São Paulo (Ivan Pacheco/VEJA)
37/39 Voluntários e grupos religiosos durante ação junto aos usuários de drogas na cracolândia (Ivan Pacheco/VEJA)
38/39 Fabian Nacer, ex-viciado em crack e hoje com pós-graduação em Dependência Química e consultor no combate de drogas (Ivan Pacheco/VEJA)
39/39 Fabian Nacer, ex-viciado em crack mostra cartas que escreveu no período em que era dependente de drogas (Ivan Pacheco/VEJA)
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