A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram na manhã desta sexta-feira a 56ª fase da operação Lava Jato para apurar fraudes na construção da nova sede da Petrobras em Salvador.
As investigações apontam para o superfaturamento das obras e nos contratos de gerenciamento da construção e elaboração de projetos de arquitetura e de engenharia.
Há suspeita de direcionamento destes contratos para viabilizar o pagamento de vantagens indevidas para agentes públicos da Petrobras e dirigentes da Petros, o fundo de pensão dos funcionários da companhia, e terceiros.
Segundo o investigadores, em parceria com a estatal, o fundo de pensão investiu na obra para alugar o prédio à empresa estatal por trinta anos.
Só que, conforme a apuração da PF e do MPF, o direcionamento dos trabalhos a uma empresa ligada a outras duas grandes empreiteiras já investigadas pela Lava Jato encareceu os valores de execução das obras e do aluguel a ser pago pela estatal.
Com a fraude, afirmam os investigadores, os suspeitos direcionavam parte dos recursos obtidos com o superfaturamento para o pagamento de propinas, ocultando e dissimulando a origem e destino desse dinheiro.
Chamada de Sem Fundos, a ação cumpre 68 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão preventiva e 14 mandados de prisão temporária em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
A operação busca reprimir a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta de fundo de pensão, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As penas somadas podem chegar ao total de 50 anos de prisão e multa.
O nome da operação é uma referência ao prejuízo causado ao fundo de pensão pelo fato de os crimes investigados parecerem revelar “um saco sem fundos”.