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Planalto quer paz com Alcolumbre para garantir aprovação de Mendonça

Governo pretende esvaziar resistência do senador à indicação de chefe da AGU para vaga no STF e está disposto a atender demandas do parlamentar

Por Rafael Moraes Moura 1 ago 2021, 10h25

Não é segredo para ninguém em Brasília que o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), é hoje o principal foco de resistência à indicação do advogado-geral da União, André Mendonça, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nos últimos dois meses, Mendonça intensificou o corpo a corpo com senadores — e tem viajado Brasil afora para se encontrar pessoalmente com parlamentares atrás de votos –, mas até agora não foi recebido por Alcolumbre em seu gabinete na capital.

Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro avaliam reservadamente que o presidente da CCJ se fragilizou, cortou a ponte de diálogo com o Planalto e está preocupado com os riscos de não ser reeleito e fracassar nas urnas em 2022. Mesmo assim, o roteiro esboçado pelo governo é o de trabalhar justamente para esvaziar a resistência de Alcolumbre ao nome de Mendonça, prometer apoio ao senador nas próximas eleições e atender qualquer que seja a demanda apresentada por ele — sejam emendas, cargos, ou o que for necessário para garantir a aprovação do chefe da Advocacia-Geral da União (AGU).  

A operação para baixar a guarda de Alcolumbre deve ser deflagrada nos próximos dias pelo novo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressistas-PI), um dos expoentes do bloco conhecido como Centrão, que dá as cartas no Congresso. Ciro assumiu um gabinete no quarto andar do Palácio do Planalto para melhorar a articulação política de Bolsonaro — e afastar a ameaça de impeachment contra o chefe do Executivo –, alterando assim os rumos do governo.

Enquanto Mendonça faz uma peregrinação com senadores atrás dos 41 votos necessários para garantir a sua aprovação na Casa, Alcolumbre tem passado a maior parte do tempo longe de Brasília, no Amapá, sua base eleitoral. Um dos principais pontos levantados por aliados de Mendonça é o risco político de Alcolumbre seguir irredutível contra o pastor presbiteriano. Interlocutores do chefe da AGU ressaltam o peso do eleitorado evangélico na região de Alcolumbre. Ou seja: uma eventual rejeição ao nome escolhido pelo chefe do Executivo — algo que ocorreu pela última vez em 1894, no governo Floriano Peixoto — poderia se voltar contra o senador, a um ano das próximas eleições, quando mais uma vez o voto evangélico deve ser decisivo.

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Alcolumbre sabe o que é perder uma eleição. No ano passado, Josiel Alcolumbre, irmão do senador, foi derrotado no segundo turno da disputa pela prefeitura de Macapá — Josiel chegou a receber o apoio público de Bolsonaro, que gravou vídeo a favor de sua candidatura. O pleito acabou adiado na região após a crise do apagão no Amapá, que se arrastou por três semanas. Neste ano, Alcolumbre conseguiu, com o apoio do Planalto, emplacar Rodrigo Pacheco (DEM-MG) como o seu sucessor no comando do Senado. Depois, mergulhou em um profundo ostracismo, do qual não se livrou até agora. 

André Mendonça já conta nos bastidores com a ajuda de lideranças evangélicas, ministros do STF e do Tribunal de Contas da União (TCU). Senadores ouvidos por VEJA destacam, no entanto, que até agora o Planalto não entrou em campo para garantir a aprovação do nome do chefe da AGU. A chegada de Ciro Nogueira à Casa Civil deve mudar isso.

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