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Planalto foi avisado em fevereiro sobre esquema de lobby na Casa Civil

“Espero de coração que esse e-mail chegue às mãos da dra. Erenice e a (sic) ministra Dilma”, escreveu Rubnei Quícoli ao denunciar a cobrança de propina a funcinários da Casa Civil O Palácio do Planalto foi avisado em fevereiro a respeito do esquema de lobby montado pelo filho da ex-ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, […]

Por Da Redação
17 set 2010, 08h03
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  • “Espero de coração que esse e-mail chegue às mãos da dra. Erenice e a (sic) ministra Dilma”, escreveu Rubnei Quícoli ao denunciar a cobrança de propina a funcinários da Casa Civil

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    O Palácio do Planalto foi avisado em fevereiro a respeito do esquema de lobby montado pelo filho da ex-ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, sob a supervisão da mãe. No dia 1º daquele mês, o empresário Rubnei Quícoli enviou um e-mail a quatro funcionários da assessoria especial da Casa Civil reclamando do fato de Israel Guerra ter-lhe cobrado propina para obter liberação de empréstimo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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    No sábado, VEJA havia revelado que, com a anuência da mãe, Israel transformou-se em lobista em Brasília, intermediando contratos milionários entre empresários e órgãos do governo, mediante o pagamento de uma “taxa de sucesso”. Cinco dias após VEJA ter trazido à tona o esquema de aparelhamento do estado, Erenice caiu.

    O conteúdo do e-mail foi divulgado na edição desta sexta-feira do jornal O Estado de S. Paulo. No texto, enviado a Vinicius Castro, Glauciene Leitão, Vilma Nascimento do Carmo e Vera Oliveira – todos lotados na assessoria especial da Casa Civil -, Quícoli relata que a empresa de Israel Guerra, a Capital Assessoria e Consultoria, havia cobrado 240.000 reais, além de 5% do valor do empréstimo, para obter o financiamento para a empresa EDRB junto ao BNDES – o empréstimo seria de 9 milhões de reais.

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    Propina – Na quinta-feira o jornal Folha de S. Paulo publicou uma entrevista com Quícoli. O empresário revelou que, no ano passado, foi orientado a procurar a Capital, empresa que Israel mantém em sociedade com dois servidores públicos lotados na Casa Civil, para destravar um projeto paralisado desde 2002 na burocracia federal. A EDRB pretendia instalar uma central de energia solar no Nordeste.

    Após o contato com a Capital, representantes da EDRB foram recebidos por Erenice em audiência oficial na Casa Civil. Na ocasião, ela ainda ocupava o cargo de secretária-executiva da pasta, cuja titular era Dilma Rousseff, hoje candidata à Presidência pelo PT. Sentindo-se chantageada, a EDRB decidiu cortar as relações com os lobistas.

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    E-mails – Em uma das mensagens enviadas em 1º de fevereiro deste ano, Quícoli pede que sua reclamação seja encaminhada à então ministra Dilma. “Espero de coração que esse e-mail chegue às mãos da dra. Erenice e a (sic) ministra Dilma”, escreveu. No e-mail, o empresário cita inclusive o uso do escritório Trajano e Silva Advogados, que tem como um dos sócios um irmão de Erenice, para fazer as negociatas.

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    Vinicius Castro, um dos integrantes do trio que comanda a Capital, pediu demissão na segunda-feira após o estouro do escândalo. O terceiro sócio da empresa é Stevan Knezevic, servidor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) hoje lotado na Presidência.

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    Já a servidora Glauciene, que também recebeu o e-mail de Quícoli, foi quem agendou a reunião entre a Capital, a EDBR e Erenice. Ainda segundo o Estado de S. Paulo, quatro dias antes do encontro, a funcionária confirmou a reunião e fez um alerta em que menciona a candidata do PT: “O Vinícius Oliveira – Assessor da Secretária, informou que o conteúdo do CD que está com ele é muito extenso e que é necessária uma apresentação mais sucinta para mostrar à ministra Dilma.”

    Leia no blog de Reinaldo Azevedo:

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    A pergunta é óbvia: se Erenice conseguiu se mexer com tanta desenvoltura sem que Dilma soubesse, com a Casa Civil servindo para abrigar lobistas, o que devemos esperar da petista se eleita presidente? Como diria Gregório de Mattos, “não sabe governar sua cozinha e quer governar o mundo inteiro”? Sob a sua gestão, o ministério parece ter virado uma lojinha. Só que os produtos que se vendiam ali eram bem mais caros do que bugigangas de R$ 1,99 importadas do Panamá (!?), para lembrar a malsucedida experiência da candidata no setor privado. Essa gente gosta mesmo é de coisa pública. A Dinastia dos Eus, então, adora!

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