Depois de o presidente Michel Temer (PMDB) recuar na nomeação do deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) como ministro da Secretaria de Governo, o perfil do Palácio do Planalto no Twitter chegou a anunciar que Marun tomaria posse na pasta na mesma cerimônia que oficializou o nome do deputado Alexandre Baldy (sem partido-GO) como ministro das Cidades. Minutos depois, contudo, a mensagem foi apagada da rede social.
Ao se dirigir à cerimônia de posse de Baldy, em um salão do Planalto, Carlos Marun afirmou que ainda não recebeu convite oficial de Michel Temer para substituir o tucano Antonio Imbassahy na secretaria responsável pela articulação política do governo.
“Não recebi ainda o convite oficial do presidente Temer. Cabe a ele decidir se vou ser o ministro e, se for o caso, quando isso vai acontecer”, declarou Marun, em rápida entrevista, após se reunir com Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o líder do governo na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP). Mais cedo nesta quarta-feira, auxiliares palacianos confirmaram a VEJA que Temer havia escolhido Marun para a articulação política.
O recuo do presidente se deve a resistências ao nome do deputado, que levaram o peemedebista a ampliar o leque de consultas, incluindo uma conversa com Maia. O nome de Carlos Marun, membro da tropa de choque do governo no Congresso, não está descartado. Ao contrário, continua forte, mas o presidente quer aparar arestas com lideranças dos demais partidos da base, que fizeram chegar a ele a queixa de que não aceitam aumento da concentração de forças do PMDB no Planalto.
O Radar informa ainda que, ao recuar, Temer também buscou preservar um acordo feito com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para a saída de Antonio Imbassahy do governo.
O presidente está sendo cauteloso pois sabe que, neste momento, qualquer passo em falso pode atrapalhar a votação da reforma da Previdência no plenário da Câmara, prevista para a primeira semana de dezembro.
Marun disse não ter ficado decepcionado por ainda não ter sido convidado. “Não atrapalha nada. Ao contrário, tenho absoluta convicção da importância da reforma da Previdência. Vou continuar trabalhando pelo governo. Estou aqui”, declarou.