Antes de detalhar os mandados cumpridos nesta segunda-feira na operação Omertà, 35ª fase da Lava Jato, o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula leu nota oficial em que afirmou que o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, não foi avisado antecipadamente sobre a deflagração da ação. Neste domingo, o ministro declarou publicamente que haveria outra operação esta semana. “Teve na semana passada e esta semana vai ter mais, podem ficar tranquilos. Quando vocês virem esta semana, vão se lembrar de mim”, disse Moraes, durante evento de campanha do deputado Duarte Nogueira (PSDB), em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo – justamente a cidade de Antônio Palocci, preso esta manhã.
No texto, Romário de Paula afirmou que “somente as pessoas diretamente responsáveis pela investigação possuem conhecimento de seu conteúdo”. Ele também deu explicações de como Moraes pode ter ficado sabendo da Omertà. “O Ministério da Justiça não é avisado com antecedência sobre operações especiais. No entanto, é sugerido ao seu titular que não se ausente de Brasília nos casos que possam demandar sua atuação, não sendo informado a ele os detalhes da operação”, diz a nota.
Leia também:
Moro decreta bloqueio de até R$ 128 mi de Palocci e investigados
Diante da repercussão negativa da fala, o Ministério da Justiça divulgou nota, ontem mesmo, afirmando que o ministro fez as declarações apenas por “força de expressão”. “Não foi dita porque o ministro tem algum tipo de informação privilegiada ou saiba de alguma operação com antecedência, e sim no sentido de todas as semanas estão ocorrendo operações”, disse a assessoria de imprensa da pasta.