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Padilha ficaria com parte do laboratório de fachada de Youssef, diz delator

Delator Carlos Alexandre de Souza Rocha afirmou que o Labogen seria dividido em quatro partes, sendo uma delas para o ex-ministro da Saúde e atual secretário de Haddad

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 jan 2016, 15h17

Funcionário do doleiro Alberto Youssef e responsável por distribuir propina a políticos envolvidos com o petrolão, o delator Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, disse em depoimento à força-tarefa da Lava Jato que o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha ficaria com uma parcela do laboratório Labogen, empresa de fachada utilizada por Leonardo Meirelles, ex-sócio de Youssef, para lavar dinheiro e remeter fortunas ao exterior. Atualmente Padilha é secretário do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT).

A conexão com o laboratório Labogen na Operação Lava Jato foi feita após os investigadores terem encontrado conversas em que Youssef e o deputado cassado e ex-petista André Vargas (PR) discutem como fechar um contrato com o Ministério da Saúde. Para viabilizar a transação, o Labogen se associou à gigante da indústria farmacêutica EMS. A ideia era fechar um negócio de cerca de 135 milhões de reais por cinco anos. Tratava-se de uma parceria de desenvolvimento produtivo (PDP) nos moldes incentivados pelo Ministério da Saúde. O convênio chegou a ser assinado, mas terminou suspenso pelo governo federal.

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Em um dos depoimentos de delação premiada, Ceará disse que ouviu de Alberto Youssef a versão de que a Labogen seria dividida em quatro partes: uma de Leonardo Meirelles, outra de Youssef, a terceira de Alexandre Padilha e uma quarta de Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Fernando Collor e investigado na Operação Lava Jato. Ele não deu detalhes sobre a participação de cada um.

Segundo a versão do delator, as operações do laboratório de fechada serviriam para Youssef receber dinheiro devido por Leonardo Meirelles e lucrar ele próprio com contratos. Em depoimento do juiz Sergio Moro, o próprio Leonardo Meirelles admitiu que intermediou o pagamento de propinas em nome da empreiteira Odebrecht por meio de contas em Hong Kong. Entre 2010 e 2012, ele atuou, a mando de Youssef, como operador de pagamentos no Brasil e no exterior e movimentava o dinheiro sujo a partir de contratos simulados de importação. Recebia valores em TED nas contas correntes de empresas de fachada, contratava operações de câmbio, remetia os valores para o exterior e pagava a propina a indicados pelo doleiro.

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Nessas transações, disse o delator Carlos Alexandre, Meirelles teria deixado um débito em aberto com Youssef e o laboratório Labogen serviria para “receber a dívida e ainda obter lucro”. “Alberto Youssef disse que iria fazer de um limão uma limonada”, contou Ceará.

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