As cenas de vandalismo registradas no Centro da capital paulista na noite desta quarta-feira indicam que a causa dos estudantes que protestavam contra a reorganização do ensino proposta pelo governo estadual foi sequestrada por grupos organizados que desejam apenas desgastar o governo tucano. E pior: deu mostras de que os vândalos mascarados autointitulados black blocs estão de volta,mais uma vez promovendo destruição do patrimônio público e privado pelas ruas de São Paulo. A manifestação começou pacífica, por volta das 18 horas, na Avenida Paulista, e seguiu sem incidentes até a porta da Secretaria Estadual de Educação, na Praça da República. Quando o ato já chegava ao fim, por volta das 21 horas, os encapuzados lançaram rojões contra a Tropa de Choque da PM que fazia a segurança do prédio público. Os policiais reagiram atirando dezenas de bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.
Imagens divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) nesta quinta-feira mostram o momento do confronto. Aos gritos de “Não vai ter arrego” e “Não recuem”, black blocs aparecem jogando pedras, paus e objetos achados no lixo em cima dos policiais. Segundo a SSP, pelo menos dez manifestantes foram presos. Viaturas, lojas, orelhões e agências bancárias chegaram a ser depredadas pelos vândalos. Alguns estudantes presentes ao ato se queixaram tanto da ação da PM como da violência dos black blocs.
O governador Alckmin anunciou na sexta-feira passada a suspensão da implementação do projeto de reestruturação das escolas, que previa transformar 754 unidades em ciclos únicos e fechar 93 instituições. O recuo aconteceu em meio a uma série de atos que arranharam a imagem pública do tucano. O secretário de Educação chegou a pedir demissão do cargo. Apesar disso, 136 escolas continuam ocupadas por grupos de estudantes e movimentos sociais. No auge do movimento, eram 196, segundo a Secretaria de Educação.
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(Da redação)