Okamotto pede a Moro interrupção imediata de investigação sobre Lula
Presidente do Instituto Lula fez o pedido algumas horas depois de o ex-presidente ser confirmado como novo chefe da Casa Civil do governo Dilma
O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, aproveitou a nomeação do ex-presidente Lula à Casa Civil do governo Dilma Rousseff, que conferiu ao petista foro privilegiado, para pedir ao juiz federal Sergio Moro a imediata interrupção das investigações contra Lula na Justiça Federal do Paraná. Como ministro, o ex-presidente só pode ser investigado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A defesa do assessor de Lula também ressalta que, com a prerrogativa de foro, cabe “tão somente ao Supremo Tribunal Federal decidir acerca da manutenção de todo o feito perante aquela Corte ou desmembrá-lo” em relação aos investigados que não possuem foro privilegiado, como Okamotto.
“Tendo em vista que cessou a competência desse Juízo para atuar no presente feito, assim como em todos os feitos a ele correlatos, requer seu imediato sobrestamento”, escrevem os advogados de Paulo Okamotto. Eles pedem a Moro que ele determine à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal “que se abstenham de praticar quaisquer atos de investigação, interrompendo aqueles que estejam em curso” e remeta os autos ao STF.
Okamotto já havia enviado, na sexta-feira passada, uma reclamação ao STF pedindo, em caráter liminar, a interrupção das investigações contra ele na Lava Jato e o desmembramento da operação. O documento atacou Sergio Moro, argumentando que o magistrado não é o juiz natural para conduzir os processos da Lava Jato. Assim como o ex-presidente Lula, Okamotto foi alvo de um mandado de condução coercitiva na 24ª fase da Lava Jato, batizada de Aletheia.