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O tropeço de Lula ao celebrar projeto de senadora… sem a senadora

Governo ignorou a praxe de convidar autores de projetos e sancionou texto que aumenta a pena para o crime de feminicídio sem mencionar a responsável pela medida

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 out 2024, 19h20
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  • Presidente Lula e ministros durante a sanção de proposta que aumenta a pena para o crime de feminicídio
    Presidente Lula e ministros durante a sanção de proposta que aumenta a pena para o crime de feminicídio (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

    O presidente Lula sancionou na última quarta-feira, 9, o projeto que endurece a punição para os crimes de lesão corporal e ameaça contra mulheres e aumenta para até 40 anos a pena de prisão no caso de feminicídio.

    Em seu gabinete, o presidente validou a nova lei ao lado das ministras Simone Tebet (Planejamento), Cida Gonçalves (Mulheres) e Esther Dweck (Gestão), dos ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Manoel Carlos de Almeida, e do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

    É praxe que o presidente, ao sancionar projetos que não sejam de autoria do Executivo, esteja ao lado do autor da medida durante a cerimônia ou ao menos cite o parlamentar responsável pela proposta. Também é comum que congressistas, mesmo os não alinhados, participem de eventos que tratem de áreas nas quais atuam.

    Em março, por exemplo, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos principais membros da tropa oposicionista, compareceu a um evento no Palácio que tratava sobre a inauguração de novos Institutos Federais – ele foi convidado por ser presidente da Comissão de Educação. Ainda que a sanção aconteça sem uma cerimônia específica, Lula costuma chamar o autor para o ato em seu gabinete, como aconteceu, por exemplo, quando recebeu a senadora Soraya Thronicke, relatora de uma proposta que tratava sobre multas a advogados.

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    No caso do projeto do feminicídio, porém, sequer houve convite para a senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) participar do ato de sanção que ocorreu no gabinete presidencial – e ela estava em Brasília naquele dia. O entorno da parlamentar, que é suplente do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, viu o gesto com estranhamento.

    Aliados da senadora afirmam que houve comunicações prévias que tratavam sobre a possibilidade de um grande evento no Planalto para comemorar a nova lei e que ela seria convidada. Também afirmam que, na véspera, foram comunicados sobre o dia em que o presidente sancionaria a medida. Mas, depois disso, não houve mais nenhum contato.

    ‘Parabéns, presidente’

    Nas redes sociais, um vídeo que registrou o momento da sanção foi celebrado como um avanço do governo e acompanhado de agradecimentos a Lula pela medida.

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    No site do Planalto, a nota que informa a sanção da proposta vem acompanhada de uma série de ações do Executivo na proteção às mulheres, mas também não há nenhuma referência à parlamentar que elaborou a medida.

    “O presidente da República acaba de sancionar a nova lei que complementa a questão do feminicídio. Ele aumenta penas, traz elementos importantes para que de fato nós possamos ter um país sem feminicídio, sem impunidade e garantir a vida e a segurança de todas as mulheres do Brasil. Parabéns, presidente”, disse a ministra Cida Gonçalves em vídeo divulgado no perfil de Lula.

    Procurada, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que não houve um ato de sanção e que a assinatura ocorreu “durante reunião que tratou de diversos temas”. “Importante informar que a Presidência da República comunicou a senadora Margareth Buzetti que o texto foi sancionado sem vetos por meio do ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha”, acrescentou a Secom.

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