Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O incômodo do governo com o domínio do PP sobre a agenda econômica

Deputados do partido de Ciro Nogueira, ex-ministro de Jair Bolsonaro, estarão à frente da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 abr 2023, 17h11

O governo Lula tem dois projetos – as balas de “prata e de bronze”, como definiu a ministra do Planejamento, Simone Tebet – para recuperar as contas públicas do país. São eles a reforma tributária, que há três décadas enfrenta resistências no Congresso, e o novo arcabouço fiscal, modelo que substituirá o teto de gastos no equilíbrio entre as despesas e as receitas.

Ambiciosas, as propostas terão à frente um parlamentar do PP, partido presidido por Ciro Nogueira, senador e ex-ministro de Jair Bolsonaro. O deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) é o relator da reforma tributária, em análise em uma comissão especial. Já o nome do deputado que vai relatar as novas regras fiscais ainda não foi anunciado, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avisou que será um parlamentar de seu partido. O governo deve enviar o texto ao Congresso na próxima semana.

O relator é uma espécie de “senhor do destino” de qualquer projeto. Cabe a ele elaborar o parecer que será votado em plenário, acatando ou não sugestões de mudanças. O texto final pode tanto manter a versão original quanto ser completamente alterado.

Entre os cinco nomes que ocupam a bolsa de apostas, o do deputado Cláudio Cajado (PP-BA) é apontado como um dos mais fortes para assumir a relatoria do novo arcabouço fiscal. O motivo? O parlamentar é um dos mais próximos de Ciro Nogueira, e chegou a assumir o comando do partido quando ele virou ministro da Casa Civil.

Continua após a publicidade

Parlamentares de outras legendas acusam o presidente da Câmara e Nogueira de dominarem a principal agenda econômica do governo. “Dizem que o PP não tem nada no governo, mas a verdade é que está ocupando um grande espaço”, afirma um deputado que acompanha as tratativas sobre a proposta.

Além disso, governistas se mostram pouco à vontade com a situação e apontam que, na prática, será a dupla Lira-Nogueira a principal definidora da agenda econômica nacional – o ex-ministro da Casa Civil, por exemplo, já avisou que o texto vai sofrer modificações no Congresso. O protagonismo garante à dupla, além de mais influência política, maior trânsito com o mercado – nos últimos dias, grandes empresários procuraram parlamentares preocupados com as propostas.

Desde a formação da Esplanada dos Ministérios, Lira tem relatado a aliados a insatisfação com os ministros indicados por Lula. Presidido por um dos principais parlamentares da oposição, o PP não tem nenhuma pasta, e nem mesmos deputados ligados diretamente ao presidente da Câmara foram contemplados – uma promessa não cumprida pelo petista.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.