Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

O incômodo da PF com a demora no envio de casos de venda de sentenças ao STF

Acervo armazenado no celular de Roberto Zampieri só chegou ao Supremo depois de pressão de policiais e ministros

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 out 2024, 15h38
  • Seguir materia Seguindo materia
  • As últimas semanas foram de apreensão nos tribunais superiores em Brasília. Desde que VEJA revelou que a Polícia Federal avançava em investigações que apontam para a existência de um esquema de venda de decisões judiciais envolvendo servidores de quatro gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Supremo Tribunal Federal (STF) acompanha o caso com lupa. Seja porque cabe à Corte julgar futuramente eventuais processos que envolvam magistrados do STJ seja porque a aura de suspeição contra personagens graúdos da magistratura invariavelmente atinge a imagem do Judiciário como um todo, o presidente do tribunal Luís Roberto Barroso adotou silêncio absoluto.

    O ministro Cristiano Zanin, a quem os inquéritos sobre o caso foram distribuídos, e o procurador-geral da República Paulo Gonet, que analisará a fundo eventuais responsabilidades, também se fecharam em copas. Na sexta-feira, 18, o motivo de tamanha reserva foi conhecido: depois de uma silenciosa briga de bastidores, o Supremo recebeu o acervo completo do telefone celular do advogado Roberto Zampieri, um emaranhado de provas, documentos e áudios que mostram como uma quadrilha de lobistas e servidores do STJ atuavam na compra e venda de sentenças na segunda mais importante Corte do país.

    Por ter menções a personagens com foro no STF, os diálogos deveriam ser remetidos de imediato ao Supremo, mas por razões ainda desconhecidas ficaram sob a guarda de um juiz que protelou por quase duas semanas o envio do material ao tribunal. A demora gerou protestos na Polícia Federal e levou o diretor-geral da corporação Andrei Rodrigues a reclamar diretamente do juiz com ministros do Supremo e do STJ. Um documento exigindo a avocação dos dados estava prestes a ser enviado a Barroso quando a Vara Federal que armazenava a documentação enfim remeteu o caso à mais alta corte do país.

    Interlocutores do Supremo criticaram a recalcitrância do juiz de 1ª instância e cogitaram a hipótese de a demora indicar interesses de que a investigação não seja levada adiante e, no cenário mais desastroso, abrir caminho para a eventual destruição de provas. Armazenado em um HD em uma Vara Federal de Brasília, o acervo alvo da discórdia reúne cerca de quatro anos de diálogos entre o advogado Roberto Zampieri, assassinado em circunstâncias não esclarecidas no final do ano passado, e o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, apontado como responsável por entrar em contato com funcionários do STJ, negociar o preço das decisões judiciais e providenciar despachos que se amoldassem aos interesses do bando.

    Continua após a publicidade

    O material contido no celular de Zampieri se somará agora a todas as investigações criminais que tramitam no STJ envolvendo desembargadores e o lobista Andreson. A reunião dos inquéritos foi requisitada pelo procurador-geral da República Paulo Gonet.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.