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O amargo ocaso do PT na capital federal

Em disputa marcada pelo favoritismo do atual governador, a legenda do ex-presidente Lula deve assumir papel coadjuvante na disputa pelo Palácio do Buriti

Por Rafael Moraes Moura Atualizado em 29 nov 2021, 09h04 - Publicado em 28 nov 2021, 12h04

A menos de um ano do próximo pleito, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), está em plena campanha pela reeleição sem encontrar, ainda, um adversário à altura. Para alavancar sua candidatura, abriu os cofres públicos, tem apostado em um vasto cardápio de obras e reforçou o discurso populista. Os vícios do poder e a falta de virtudes pessoais tornaram os antecessores de Ibaneis personagens frequentes das páginas policiais, marcados por passagens pela cadeia (José Roberto Arruda), renúncia ao cargo (Paulo Octávio) e sucessivos escândalos de corrupção que mancharam as suas administrações (casos de Arruda, Joaquim Roriz e Agnelo Queiroz, responsável por elevar o antipetismo a níveis estratosféricos na região). Outrora conhecida pela histórica polarização entre PT e o clã Roriz (que abraçou a candidatura de Ibaneis), Brasília hoje mais parece uma terra sem oposição articulada para fazer frente ao chefe do poder Executivo local. Parte da explicação se deve ao ostracismo vivenciado pelo petismo brasiliense, que deve mais uma vez assumir um papel coadjuvante na disputa pelo Palácio do Buriti.

O PT já ocupou o Buriti duas vezes: nas gestões de Cristovam Buarque (1995-1999) e Agnelo Queiroz (2011-2015). Nenhum dos dois foi reeleito. Em 2014, Agnelo ficou de fora do segundo turno após uma gestão marcada por denúncias de corrupção. Três anos depois, foi preso e acusado de corrupção e superfaturamento nas obras do Estádio Mané Garrincha, que custaram 1,8 bilhão de reais aos cofres públicos. “O PT é sempre um partido de quadros, mas o problema é que eles estão muito desgastados. Além disso, há um desinteresse pelo PT. O PT não gera mais paixões, empolgação, em Brasília, como gerava no passado. O PT também não tem a força de oposição”, avalia o professor de ciência política Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília (UnB).

No momento, dois nomes já foram apresentados como pré-candidatos do PT na disputa pelo governo do DF: o ex-deputado federal Geraldo Magela — derrotado na corrida pelo governo em 2002 — e a professora Rosilene Corrêa, diretora do Sindicato dos Professores no Distrito Federal, uma desconhecida. Pesquisas recentes apontam que os petistas não animam o eleitorado brasiliense, com índices pífios que variam de 0% a 6%. A rejeição de Magela é elevada: de acordo com pesquisa do instituto Conectar, 61% dos eleitores dizem que não votariam de jeito nenhum no petista, o índice mais alto entre os políticos apresentados aos entrevistados.

Dos 24 parlamentares que compõem a Câmara Legislativa do DF, apenas cinco fazem uma oposição mais contundente a Ibaneis. Do quinteto, apenas dois parlamentares são do PT, cujo ocaso coincide com o fortalecimento de outras forças políticas de esquerda, como o PSOL. “O governo Ibaneis faz muita propaganda, mas não melhora as condições de vida da população. Em três anos de gestão, o que vemos é o aumento exponencial da pobreza e ataques duríssimos do governo contra os mais pobres, com a derrubada de casas em plena pandemia”, critica o deputado Fábio Felix (PSOL), líder da oposição na Câmara Legislativa do DF, em referência às remoções de ocupações.  O principal adversário no horizonte de Ibaneis é o senador Reguffe (Podemos), de atuação apagada no Congresso.

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