As pesquisas de intenção de voto desta semana estão acendendo vários sinais de alerta na campanha de Lula. Embora os institutos tenham errado muito no primeiro turno, há uma tendência se desenhando de queda do ex-presidente a 11 dias da segunda etapa da eleição.
A nova rodada Datafolha divulgada nesta quarta, 19, mostra Lula com 49% das intenções de voto contra 45% do presidente Jair Bolsonaro, uma distância de 4 pontos percentuais. No dia 14 de outubro, Lula tinha os mesmos 49% e Bolsonaro registrava 44% dos votos.
Considerando apenas os votos válidos, quando sao desconsiderados os brancos e nulos, Lula oscilou negativamente um ponto e agora tem 52% enquanto Bolsonaro subiu um ponto e está com 48% dos votos válidos.
Um dos destaques da pesquisa é o crescimento de Bolsonaro entre os que recebem o Auxílio Brasil, uma das grandes apostas do governo para atrair votos. Segundo o Datafolha, subiu de 33% para 40% o número de eleitores que recebem o auxílio e que vão votar no presidente. Lula oscilou de 62% para 56% nesse eleitorado.
O levantamento também mostra o efeito do apoio de Simone Tebet ao ex-presidente Lula. Dos eleitores que votaram na senadora no primeiro turno, 34% vão votar em Lula, 29% em Bolsonaro e 21% afirmam que não votarão em ninguém.
Embora tenha acatado a decisão do PDT de apoiar Lula, Ciro Gomes não apareceu em nenhum momento pedindo votos para o petista. Dos que votaram em Ciro no primeiro turno, 33% votarão em Lula agora, 44% escolherão Bolsonaro e 21% não vão votar em ninguém.
O Datafolha mostra que a vantagem de Bolsonaro entre os evangélicos continua. Como a coluna mostrou, Lula divulgou carta aos fiéis evangélicos nesta quarta numa tentativa de se aproximar desse grupo, mas a tarefa será difícil. O presidente tem 66% das intenções de voto entre os evangélicos contra 28% do petista.
Na análise por faixas de renda, Lula lidera apenas entre os mais pobres, que ganham até dois salários: o petista tem 57% dos votos ante 37% de seu adversário.
Nas demais faixas, Bolsonaro lidera: entre quem ganha de dois a cinco salários, o presidente tem 53% contra 41% de Lula; entre os que ganham de cinco a dez salários, o placar é de 54% a 41% para Bolsonaro; e entre os que ganham mais de dez salários, o presidente tem 55% dos votos contra 41% de Lula.
O ex-presidente e sua equipe têm 10 dias para manter e, quem sabe, tentar aumentar a vantagem. Numa eleição que será disputada voto a voto, cada movimento do petista conta para garantir a vitória.