Um dos principais dirigentes do MST, Alexandre Conceição afirmou que o movimento negocia ocupar postos-chave de segundo escalão no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e trabalha para conseguir emplacar apadrinhados em diretorias do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), órgão responsável por criar assentamentos rurais para o repasse de terras a trabalhadores em situação de vulnerabilidade. Em entrevista publicada no site do movimento, Alexandre afirmou que vai “disponibilizar” nomes para postos de diretoria e que as negociações já estão sendo feitas com o ministro do Desenvolvimento Agrário Paulo Teixeira, atual secretário-geral do PT.
Embora negocie o próprio naco na nova administração petista, Conceição criticou a abrangência do arco de alianças de Lula nas últimas eleições, movimento que ficou conhecido como “frente ampla”, e disse que a presença de políticos ligados a temas antagônicos aos do MST, como privatizações, poderia atravancar “pautas progressistas”. “Queremos que as diretorias sejam ocupadas por pessoas que tenham capacidade política e técnica para dar conta deste grande programa”, declarou. A entrevista do dirigente do MST foi feita pelo jornal Brasil de Fato.
O MST participou da aliança que elegeu o presidente Lula e, conforme revelou VEJA, pretende retomar mobilizações populares que incluem a ocupação de terras particulares. Um dos coordenadores nacionais do movimento, João Paulo Rodrigues, foi coordenador de mobilização popular da campanha presidencial de Lula.