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MP pede condenação de Cerveró por lavagem de dinheiro

Procuradoria aponta que lavagem de dinheiro resultou na compra do imóvel de luxo movimentou cerca de 2,5 milhões de reais

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 Maio 2015, 18h04

O Ministério Público Federal encaminhou na noite desta quinta-feira ao juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, documento em que defende a condenação do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró pelo crime de lavagem de dinheiro. Embora seja alvo de diversas investigações – incluindo as suspeitas de que recebeu propina e fraudou contratos com a Petrobras -, o pedido de condenação se refere a apenas uma das apurações contra o ex-dirigente da estatal: de que ele simulava contratos de câmbio por meio da empresa de fachada Jolmey do Brasil para lavar recursos recolhidos a partir da cobrança de dinheiro sujo no escândalo do petrolão.

Na transação para dificultar o rastreamento dos recursos, Cerveró comprou em nome de um testa de ferro uma cobertura em Ipanema, no Rio de Janeiro, e fraudou um contrato de aluguel a preços muito abaixo dos praticados no mercado. O imóvel foi adquirido pela Jolmey do Brasil por cerca de 1,5 milhão de reais, reformado por 700.000 reais e ficticiamente alugado ao ex-diretor da Petrobras por apenas 3.650 reais, valor cinco vezes menor que os preços de mercado.

De acordo com a acusação, a lavagem de dinheiro que resultou na compra do imóvel de luxo movimentou cerca de 2,5 milhões de reais, valor que o MP defende que seja devolvido aos cofres públicos. Os procuradores defendem na manifestação entregue ao juiz Sergio Moro que o apartamento também seja tomado pela Justiça e que Cerveró seja impedido de exercer cargo ou função pública.

VEJA revelou as estratégias do ex-diretor da Petrobras para lavar o dinheiro sujo na compra do apartamento. Ele tentou esconder que utilizou recursos ilícitos na compra do imóvel avaliado em 7,5 milhões de reais declarando em Imposto de Renda que pagava aluguel, em valores inferiores aos cobrados na região, para residir no local.

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“Nestor Cerveró e Oscar Algorta [advogado uruguaio réu em uma ação penal separada], de forma consciente e voluntária, ocultaram e dissimularam a origem e a propriedade de valores provenientes diretamente do crime de corrupção em face da Petrobras, convertendo-os em ativos lícitos”, diz o MP na manifestação. “Nestor Cerveró recebeu valores do exterior advindos do crime de corrupção, os quais foram internalizados com o auxílio de Algorta”, completa a acusação.

“Um olhar sobre a Jolmey do Brasil, por si só, revela que esta empresa foi constituída exclusivamente para lavar o dinheiro de Cerveró por meio da compra do imóvel em questão. Note-se que a empresa Jolmey do Brasil não realizou qualquer outro investimento imobiliário no Brasil ou desempenhou qualquer outra atividade econômica lícita. Não teve esta empresa neste período de mais de 6 (seis) anos qualquer outro rendimento”, concluem os investigadores.

O Ministério Público Federal já havia acusado Nestor Cerveró de utilizar o cargo na estatal para favorecer contratações de empreiteiras. Para isso, recebia —propina, cujo pagamento era providenciado pelo lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado pelo MP como o operador do PMDB no petrolão. Segundo as investigações, Baiano era um operador financeiro da Diretoria Internacional da Petrobras, recolhia propina para Cerveró e promovia a ocultação da origem ilícita do dinheiro.

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