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Moro diz que decisão de afastar ministro sob suspeita cabe só a Bolsonaro

Ministro da Justiça foi questionado sobre declaração do presidente ainda em 2018 de que afastaria qualquer membro do governo que fosse denunciado

Por Da Redação Atualizado em 20 jan 2020, 23h43 - Publicado em 20 jan 2020, 23h20
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  • O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou nesta segunda-feira, 20, durante entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, que cabe ao ‘presidente fazer sua avaliação’ sobre um possível afastamento do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, suspeito de participar do chamado ‘laranjal do PSL’ em Minas Gerais durante as eleições de 2018.

    “Cabe a polícia fazer seu trabalho, a Justiça faer seu trabalho e o presidente fazer sua avaliação”, respondeu Moro ao ser lembrado de que, em dezembro de 2018, o então presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse que afastaria qualquer ministro de seu governo que fosse denunciado, se houvesse “robustez na denúncia”.

    “No Ministério da Justiça e Segurança Pública temos continuado a fazer o trabalho de fortalecer a PF. E a PF tem feito trabalhos extremamente relevantes, mesmo em caso que envolvem possíveis malfeitos aí [de membros do governo] a PF tem feito seu trabalho”, acrescentou.

    Quando questionado sobre o episódio de que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, se desculpou sobre a suspeita de caixa dois, Moro voltou a minimizar as suspeitas sobre seu colega de governo e disse que acha “meritório que ele [Onyx] tenha reconhecido que errou e que ele esteja disposto a pagar por esses erros”.

    Silêncio sobre “temas polêmicos”

    O ministro também foi perguntado sobre o motivo de não ter tecido comentários sobre o episódio envolvendo o ex-secretário da Cultura Roberto Alvim e afirmou que o ministro da Justiça não deve ser um “comentarista político”.

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    “Não cabe ao ministro da Justiça e Segurança Pública ser um comentarista sobre tudo, ser um comentarista político ou atuar como se tivesse responsabilidade de falar sobre tudo”, ponderou.

    “Nesse caso do secretário de Cultura, a meu ver, foi um episódio bizarro. Tendo ciência desse episódio eu dei minha opinião, mas dei minha opinião ao presidente e coube a ele tomar a decisão. Ele tomou a decisão correta. Era um episódio bizarro e a situação [do secretário] era insustentável”, acrescentou Moro.

    Vaga no STF

    O ex-juiz comentou ainda o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter dito que indicaria um ministro “terrivelmente evangélico” para a vaga que será aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão da aposentadoria do ministro Celso de Mello e se ele se enquadraria para ocupar o cargo.

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    “Acho inapropriado discutir vaga sem que exista de fato a vaga. Isso é algo que era comum no passado”, salientou. “Acho que o presidente vai decidir isso aí no momento em que surgir a vaga. É uma expressão que ele utilizou [terrivelmente evangélico]. Eu, na verdade, não sou evangélico, muita gente acha que sou evangélico, mas sou católico. Esse é um dos fatores que podem ser levados em consideração”, completou.

    “Acho que o principal [fator] é a credibilidade, reputação, honestidade, conhecimento jurídico. Pode a questão da religião ser levada em consideração? Pode, mas não é um fator fundamental. Essa é uma decisão que certamente o presidente vai tomar somente quando surgir essa vaga, antes o que existe é só uma especulação”, finalizou.

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