Apesar da ameaça de ser expulsa do PDT, a deputada federal Tabata Amaral (SP) votou a favor do texto-base da reforma da Previdência. A proposta foi aprovada, na noite desta quarta-feira, 10, por 379 votos a 131.
Na terça-feira 9, após reunião com a bancada do partido na Câmara, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que quem apoiasse as mudanças nas regras de aposentadoria propostas pelo governo Bolsonaro seria punido com o desligamento. Em março, o PDT fechou questão contra a reforma da Previdência.
Candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes afirmou, em sua conta oficial no Twitter, que defenderá a expulsão dos parlamentares favoráveis à “reforma de previdência elitista”. Na sequência, Ciro publicou uma série de tuítes, nos quais argumentava que a reforma era “contra os pobres e contra a classe média”.
Favorável à reforma, Tabata liderava um grupo que prometia acompanhá-la na votação. Além da parlamentar paulista, outros sete deputados votaram a favor da proposta de emenda à Constituição. São eles: Alex Santana (BA), Flávio Nogueira (PI), Gil Cutrim (MA), Jesus Sérgio (AC), Marlon Santos (RS), Silvia Cristina (RO), e Subtenente Gonzaga (MG). A bancada do PDT é composta por 27 deputados.
Em seu perfil no Instragram, Tabata divulgou, na tarde desta quarta-feira, dois vídeos explicando sua posição em relação ao texto. “Meu voto pela Reforma da Previdência não foi vendido, é por convicção”, disse, em alusão à liberação de emendas para parlamentares que votassem a favor da matéria.
Os votos de Tabata e dos sete deputados que a acompanharam na votação contrariam o posicionamento do PDT. O site oficial do partido exibe, em sua página principal, uma foto da Previdência Social rasgada. Também há um texto, assinado em nome da executiva nacional da legenda, intitulado “Entenda por que a reforma da Previdência do governo é prejudicial para o Brasil”.
“Além não combater privilégios, a proposta aprofunda desigualdades e traz grandes perdas salariais para o trabalhador. De acordo com os dados analisados, as classes baixas e médias (da Classe E a Parte da Classe C) da população serão as mais prejudicadas, devido a três principais descontos, que implicarão em uma redução agressiva das aposentadorias e pensões”, diz a publicação.
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