Mais 3 deputados do PSL devem ter pedido de expulsão protocolado
Os pedidos serão analisados pelo Conselho de Ética da sigla, junto de outros 15 processos disciplinares
A ala do PSL ligada ao presidente nacional do partido, Luciano Bivar (PE), prepara pedidos de expulsão de ao menos mais três deputados federais ligados ao presidente Jair Bolsonaro – Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG) e Daniel Silveira (RJ). O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a documentação já está sendo preparada por advogados da sigla. Na última quinta-feira, 24, a Executiva Nacional oficializou um pedido contra Eduardo Bolsonaro (SP), filho do presidente, que assumiu a liderança da bancada do PSL na Câmara após uma queda de braço com Delegado Waldir (GO).
Os pedidos de expulsão serão analisados pelo Conselho de Ética da sigla, em paralelo aos processos disciplinares contra os mesmos quatro e mais 15 parlamentares. Os processos foram suspensos no início da semana, após liminar da Justiça que viu indícios de irregularidades na forma como os deputados foram notificados.
A disputa entre “bolsonaristas” e “bivaristas” tem como pano de fundo o controle dos recursos recebidos pelo PSL, que cresceu exponencialmente de um para 52 deputados no ano passado. A estimativa é de que o partido receba uma quantia próxima de R$ 1 bilhão em recursos públicos até 2022.
Embora o grupo de Bolsonaro tenha conquistado a liderança da bancada, Bivar domina a maioria dos cargos na máquina partidária o que pode acelerar os processos de expulsões.
Na mira dos bivaristas, Bibo Nunes é acusado de desrespeitar o partido e colegas nas redes sociais. Antigo desafeto de Bivar, ele passou a pedir a saída do dirigente após perder o comando do diretório da sigla no Rio Grande do Sul.
O deputado gaúcho diz não ver a possibilidade de expulsão como um problema. “Para mim, será uma honra, uma placa de ouro”, afirmou. “Não existe mais ambiente para permanência, neste partido, comandado pelo déspota Bivar”, completou.
Também na mira, Daniel Silveira (RJ) é tratado pelo grupo de Bivar como “traidor” após gravar reunião da bancada em que o então líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir, disse que iria “implodir” Bolsonaro. Na ocasião, o deputado disse que agiu “infiltrado” para proteger o presidente.
Waldir ainda tenta levar adiante um processo de cassação do mandato de Silveira no Conselho de Ética da Câmara. Para isso, porém, ainda depende do apoio de mais partidos.
Já a deputada Alê Silva (MG), que já fez acusações contra o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio sobre o uso de candidaturas laranjas, foi uma das primeiras a sofrer punições desde que a crise do partido começou.
Na semana passada, após assinar lista para destituir Waldir, ela perdeu a cadeira que tinha na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. O posto foi reconquistado nesta semana, após seu grupo apresentar nova lista e conseguir emplacar Eduardo na liderança da bancada.