Maia prega paciência para consolidar candidatura à Presidência
Em SP, presidente da Câmara criticou fim de propaganda partidária fora do período eleitoral e disse que será eleito quem tiver palanques estaduais
O presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato do DEM à Presidência, Rodrigo Maia (RJ), avaliou nesta quinta-feira que o processo de consolidação de sua candidatura requer paciência e que ela só se consolidará bem mais à frente. “É um processo com paciência, com a mesma paciência que eu sempre tive em todos os meus processos eleitorais”, disse Maia em coletiva de imprensa após evento com investidores em São Paulo.
“A gente vai construindo para chegar no momento adequado e, infelizmente, vai ser bem mais na frente do que todos nós gostaríamos, vai consolidar mais na frente a candidatura”. O presidente da Câmara estabeleceu um prazo até junho para definir sua situação e, até lá, tentará tornar a sua candidatura a mais viável do centro do campo político.
Questionado por jornalistas sobre quais candidatos vê como sendo de centro, o deputado quis manifestar o que entende sobre centro. “O centro não é um ambiente onde as pessoas deixem de pensar apenas para dizer ‘sou de centro’. O Brasil introduziu a palavra centro, no meu ponto de vista, apenas para justificar, que o Bolsonaro está num canto e que o resto não está nesse canto”, disse. “(O centro) é onde a gente possa ter um ambiente de diálogo, para que a gente possa discutir a ideia de cada um e construir consensos”, complementou o presidente da Casa.
Na avaliação de Rodrigo Maia, a decisão de acabar com a propaganda partidária na TV fora do período eleitoral, um dos pontos da minirreforma aprovada em outubro de 2017, torna o cenário mais incerto e gera atrasos no processo de consolidação de candidaturas. “Do ponto de vista da economia de recursos para financiar o fundo eleitoral foi correto, mas do ponto de vista político, nós tiramos de todos os partidos que têm pré-candidatos ao governo e aos Estados a condição de se apresentar para mais brasileiros de uma vez só”, disse.
Segundo Maia, em todos os processos eleitorais, desde a época do ex-presidente Fernando Collor de Mello, os programas eleitorais semestrais foram decisivos para a mudança de patamar de alguns candidatos.
Para Maia, palanques serão decisivos
Rodrigo Maia negou que seu partido esteja reavaliando sua candidatura à Presidência da República. Ele afirmou que o cenário para o pleito deste ano ainda está muito aberto, sem nenhum nome no chamado centro “que possa reivindicar a liderança no momento”.
O deputado afirmou ainda que o quadro será definido apenas mais à frente e que “será presidente” aquele que conseguir articular o maior número de alianças e de palanques nos Estados. “Minha situação é igual a de todo mundo. Todo mundo tem chance e ninguém tem chance ainda. Agora, tem que ter uma construção política. Acredito que o próximo presidente será o que tiver a melhor articulação e os melhores palanques”, disse. “O DEM tem isso”, emendou.
O DEM passou a reavaliar a candidatura Maia e passou a buscar alianças, como a do tucano Geraldo Alckmin (PSDB). O próprio deputado havia dito, no início do ano, que seria candidato se alcançasse 7% de intenção de voto até maio. Contudo, o último levantamento do Instituto Datafolha o mostrou estagnado, com 1% das preferências.
Questionado sobre esses números, Rodrigo Maia disse que foi mal entendido. “Eu fui perguntado sobre que número gostaria de ter, eu disse 6% ou 7%, mas eu gostaria, nunca disse que (dependia disso)”, minimizou. A sociedade vai deixar para tomar sua decisão no final, em julho, então a decisão (sobre candidatura) não irá ser tomada olhando somente as pesquisas”, acrescentou.
(com Estadão Conteúdo e Reuters)